Na noite de quarta-feira (17), moradores de diversas cidades do Rio Grande do Sul ficaram intrigados ao ver um intenso clarão e um rastro luminoso cruzando o céu, fenômeno que durou vários minutos e foi amplamente compartilhado nas redes sociais por quem o observou.
Inicialmente, algumas pessoas especularam que se tratava de meteoros ou até objetos voadores não identificados (OVNIs), mas a explicação tem base científica e tecnológica: o registro é associado ao lançamento de um lote de satélites da constelação Starlink, realizado pela empresa americana SpaceX a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia (EUA).
O que causou o clarão e o rastro brilhante
Especialistas em observação espacial explicam que, durante um lançamento de foguete como o Falcon 9, é comum que a fase superior do veículo, que carrega os satélites, e os próprios satélites recém-lançados reflitam a luz solar, mesmo após o pôr do sol para quem está no solo. Isso acontece porque eles ainda se encontram em altitudes onde a luz do Sol está presente, criando um efeito visual que pode ser visto a grandes distâncias. Essa reflexão gera um rastro luminoso visível no céu noturno, especialmente quando a luz do Sol incide em um ângulo que realça o brilho dos satélites e dos gases deixados pelo foguete em seu caminho.
Sobre a missão Starlink e visibilidade do fenômeno
O lançamento faz parte da série contínua de missões da constelação Starlink, projeto da SpaceX que pretende criar uma vasta rede de satélites em órbita terrestre baixa (LEO) para fornecer internet de alta velocidade em todo o planeta, especialmente em áreas remotas.
Após a decolagem e a separação dos satélites em órbita, a trajetória e o reflexo solar permitem que o público em solo veja esse tipo de efeito visual, que pode se assemelhar a um “trenzinho de luzes” ou um longo rastro cintilante cruzando o céu. Esse tipo de fenômeno já foi observado em outras ocasiões ao redor do mundo durante lançamentos espaciais e, apesar de impressionante, tem explicação relacionada às condições de iluminação, trajetória de voo e tecnologia envolvida, e não indica qualquer atividade extraterrestre.



