O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da chamada “gripe K” no Brasil, um subclado do vírus Influenza A (H3N2) identificado em amostras coletadas no estado do Pará, conforme o Informe de Vigilância das Síndromes Gripais divulgado em 12 de dezembro.
As análises laboratoriais apontam que o subclado K, assim como o J.2.4 relatado no mesmo informe, pertence à mesma linhagem do vírus que já circula em países da América do Norte, Europa e Ásia. Embora a circulação deste subtipo no Brasil seja uma novidade, a maioria das infecções por H3N2 identificadas até então no país estava associada a variantes anteriores à predominância desses subclados no hemisfério norte.
Alerta internacional e contexto epidemiológico
Autoridades de saúde ao redor do mundo vêm observando um crescimento acelerado de casos de gripe K, que se espalhou antes do esperado em algumas regiões, como a Europa, levando a alertas de organismos internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou essa expansão, mas reforça que não há indicação de que a variante cause casos mais graves do que as formas tradicionais da gripe.
Especialistas também têm ressaltado que, apesar da detecção no Brasil, ainda não há evidências claras de transmissão local sustentada e que o achado é compatível com a dinâmica natural da circulação dos vírus influenza, que variam geneticamente ao longo do tempo. Medidas de vigilância epidemiológica seguem em curso.
Sintomas e risco para a população
Os sinais e sintomas apresentados na gripe K são semelhantes aos de uma gripe comum — incluindo febre, tosse, dor de garganta, dores no corpo, coriza e mal-estar geral — e não há características clínicas que a distingam claramente de outras infecções por Influenza sem testes laboratoriais específicos. O principal risco de complicações ainda está associado a grupos vulneráveis, como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, que historicamente apresentam maior chance de evolução mais grave em infecções respiratórias sazonais.
O que isso significa para o Brasil
Autoridades de saúde monitoram o cenário com atenção, sobretudo porque o aumento de circulação de vírus influenza em outras partes do mundo pode antecipar a temporada sazonal de gripe no hemisfério sul, incluindo o Brasil em 2026. Contudo, até o momento, não há indicativos de que o subtipo K represente uma ameaça maior em termos de gravidade clínica em comparação com outros vírus sazonais.



