Em uma votação apertada, os professores estaduais decidiram encerrar a greve instituída na última terça-feira. A paralisação teve grande adesão da categoria, que se manifestava contrária ao parcelamento de salários. Foi o vigésimo mês em um regime de pagamentos como esse. E o problema foi agravado pelo valor da primeira parcela: R$ 650.
A categoria realizou assembleia na Casa do Gaúcho para avaliar o andamento do movimento. Pelo menos três mil pessoas estavam presentes. Em votação para encerrar ou continuar com a greve, grupos contrários à suspensão pediram pela recontagem dos votos.
A consulta foi feita, então, por meio de urnas. Por 1015 votos contra 705, os professores gaúchos encerraram a greve. As aulas retornam normalmente na segunda-feira (07).
A presidente do CPERS, Helenir Schurer, considera que a decisão foi inteligente. “Às vezes é mais importante recuar para manter a força da luta do que insistir e a greve acabar por ela mesma”.
O encerramento da paralisação era uma orientação do Conselho Geral do CPERS. A diferença entre a situação e a oposição foi pequena, de 310 votos. Para a presidente do Sindicato, a presença dos professores do interior foi de extrema importância. “Nós temos toda a região metropolitana nas mãos da oposição do sindicato, mas o interior deu uma resposta e construiu essa diferença.”
A presidente do CPERS Sindicato, Helenir Schurer, acredita que houve pouco tempo para articulação do movimento junto à comunidade escolar. Isso por que a greve começou já no segundo dia de aulas, após as férias de inverno. Agora, irão ocorrer aulas públicas a partir do meio da manhã em dias de aula já pré-determinados.
A categoria irá discutir em novos encontros a possibilidade de entrar em greve novamente, se os salários forem parcelados mais uma vez. (Band RS)