Rodoviários da Capital apresentam à ATP proposta de reajuste salarial de 5%: ‘Vamos pra cima’

Rodoviários da Capital apresentam à ATP proposta de reajuste salarial de 5%: ‘Vamos pra cima’

Compartilhe esta notícia





Por Luís Eduardo Gomes / Sul21

Em assembleia realizada na noite de quarta-feira (17) sobre o dissídio da categoria, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre decidiu encaminhar uma contraproposta às empresas de ônibus pedindo reajuste salarial de 5%, aumento de 10% no auxílio alimentação (para R$ 27,50) e a implementação de medidas para resguardar os trabalhadores das mudanças impostas pela reforma trabalhista que vigoram desde novembro passado. No início de janeiro, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) havia encaminhado aos rodoviários uma proposta de aumento salarial de 1%, válido também para todas as cláusulas econômicas a serem discutidas na negociação coletiva.

Segundo Sandro Abade, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, os trabalhadores “desconsideraram” a proposta inicial das empresas. “Aquilo não é proposta”, disse. O dissídio dos rodoviários, cuja data-base é 1º de fevereiro, tradicionalmente é um dos fatores que mais impacta a tarifa de ônibus na Capital. No início do mês, o advogado da ATP Alceu Machado informou que a proposta de 1% se devia ao fato de que o INPC – índice de inflação utilizado na negociação coletiva – deverá fechar, ao final de janeiro, em menos de 2% no acumulado dos últimos 12 meses.




Na contraproposta, os trabalhadores indicam que querem a reposição integral do INPC e mais ganho real. Para Abade, caso as empresas batam o pé e mantenham o 1% como única proposta de reajuste salarial, se instalará “o caos” no sistema de transporte da Capital. Os rodoviários esperam para o início da próxima semana uma respostas da ATP. Procurada, a associação informou por meio de sua assessoria que ainda não havia recebido formalmente a contraproposta e que ainda não tem prazo para a resposta.

Além dos reajustes no salário e no VT, os rodoviários também pedem, entre outras coisas, a inclusão no acordo coletivo de uma cláusula impondo a manutenção do pagamento no dia 1º para as empresas que trabalham com essa data e a mudança para o dia 5 de cada mês para aquelas que pagam atualmente no quinto dia útil. Pedem tabém que o pagamento do auxílio alimentação seja feito em parcela única, no primeiro dia útil de cada mês, vedação do banco de horas e de regime de compensação e que o pagamento dos feriados trabalhados seja equivalente ao dobro de um dia normal.




Os rodoviários ainda pedem a inclusão na negociação coletiva de uma série de medidas para resguardar os trabalhadores das mudanças previstas pela reforma trabalhista, na maioria dos casos impedindo que as alterações permitidas pela lei possam ser aplicadas na categoria. Pedem, por exemplo, a manutenção da necessidade da assinatura de representante sindical em rescisões, a proibição da contratação de trabalhadores na modalidade de contrato intermitente, a proibição de que uma comissão de empregados negocie sem a participação do sindicato, a inclusão no instrumento coletivo da proibição da mudança de turnos sem consentimento dos empregados, da quarteirização, entre outras coisas.

“Nós vamos pra cima da patronal. Queremos tudo que estamos pedindo”, disse Abade.



Cobertura do Porto Alegre 24 Horas

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Porto Alegre 24 Horas nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Tem também o nosso grupão do Telegram e no Whatsapp.

Siga o Porto Alegre 24 Horas no GOOGLE News!