O brasileiro que enviou 60 fuzis para o Aeroporto do Galeão preparava uma nova remessa, mas foi detido pela polícia norte-americana

O brasileiro que enviou 60 fuzis para o Aeroporto do Galeão preparava uma nova remessa, mas foi detido pela polícia norte-americana

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Apontado pela Polícia Civil como o maior traficante de armas do Brasil, o brasileiro Frederik Barbieri foi preso na madrugada de sábado (24) em sua casa na Flórida (EUA), onde está radicado. Ele foi detido por agentes do Serviço de Imigração e Alfândegas norte-americano. Além da prisão, a polícia dos EUA conseguiu barrar o envio de 40 fuzis para o Brasil.

Barbieri é acusado de ter enviado ao País, em maio do ano passado, uma carga de aquecedores de piscina recheada de fuzis, que foi encontrada pela polícia. Essa foi a maior apreensão de armas feita no Brasil em dez anos, o que levou investigadores a considerarem Barbieri o maior traficante de armamentos do País.




Uma investigação da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas interceptou o material e apreendeu as 60 armas dentro do terminal de cargas do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Haviam fuzis AK-47, AR-10 e G3, que só poderiam ser usados por tropas de elite.

De acordo com as investigações, parte desses fuzis seria entregue a traficantes da Rocinha, que desde setembro estão em guerra. A polícia acredita que favelas de São Gonçalo também seriam abastecidas com aquele arsenal. Barbieri, conhecido como Senhor das Armas, tinha dois mandados de prisão no Brasil – um da Justiça Federal da Bahia, por tráfico de munição, e outro pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, justamente pelo envio desse carregamento de fuzis apreendido no Galeão.

A investigação da Polícia Civil depois foi enviada para a Polícia Federal, que deu sequência e prendeu 11 pessoas envolvidas na quadrilha, entre eles o filho do bandido, João Felipe, e Edson da Silva Ornelas, apontado como seu contador.




Barbieri era procurado pela polícia brasileira desde 2010, quando uma carga de munição para fuzis foi apreendida no porto de Salvador, em um contêiner que estava no nome dele. Logo depois, ele fugiu para os Estados Unidos e obteve cidadania americana.

Somente em 2015, foi expedido mandado de prisão contra ele pelo caso, e o Ministério Público pediu a inclusão do nome do bandido na lista de procurados da Interpol, mas o pedido foi negado pela Justiça. Em sua justificativa para negar a solicitação, o juiz Antônio Osvaldo Scarpa alegou que o criminoso tinha endereço conhecido nos Estados Unidos.




Em junho do ano passado, após a apreensão dos 60 fuzis no Galeão, Barbieri deu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, e negou ser traficante de armas. Foi somente após essa apreensão que o nome dele foi incluído na Interpol pelo caso de 2010. “Vão tentar me extraditar, só que eu volto a dizer: eu sou cidadão americano”, disse o criminoso na ocasião.

Ele próprio procurou a TV Globo após ter seu nome divulgado como traficante internacional de armas, segundo a emissora. Carioca do Irajá, na Zona Norte do Rio, o bandido confirmou, na ocasião, que vivia em Miami (EUA) e que tinha uma empresa, mas negou trabalhar com comércio exterior. “Eu tenho uma empresa aqui nos Estados Unidos, mas é de consultoria”, disse.




Na entrevista, ele também afirmou que nunca gostou de armas por uma razão familiar: o assassinato do pai. “Mataram meu pai na Baixada Fluminense por briga de terra. Então, como é que eu vou gostar de arma?”, argumentou.




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