Conheça as linhas de ônibus que mais atrasam em Porto Alegre

Conheça as linhas de ônibus que mais atrasam em Porto Alegre

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Mais de 4 mil reclamações. Este foi o número que a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) recebeu sobre os atrasos neste ano no transporte coletivo de Porto Alegre. Segundo um levantamento do órgão, a pedido do Diário Gaúcho, as linhas de ônibus com maior número de atrasos neste ano, conforme os usuários, são a B55 — Protásio/Humaitá, do consórcio Mob, com 106 queixas, a 340 — Jardim Botânico, operada pela Via Leste, e a linha T3, da Carris, ambas empatadas com 75 reclamações.

Demora

E os índices da EPTC se confirmam nas paradas de ônibus. No terminal Vila Safira, o açougueiro Roger Ferreira dos Santos, 27 anos, afirma que, recentemente, esperou quase uma hora pelo B55.

— Controlo a tabela pela internet, mas eles não respeitam o horário que tem no site — diz Roger.




Com a demora, às vezes, o açougueiro opta por pegar outro ônibus até a Avenida Protásio Alves, onde há opções com trajetos semelhantes ao B55.

A reportagem esteve dois dias da semana passada no Terminal Safira, nos turnos da manhã e da tarde, e os coletivos da linha B55 saíram pontualmente nos horários que constam no site da EPTC.

Já na Avenida Salgado Filho, a espera é longa e a fila cresce para pegar o ônibus que vai até o bairro Jardim Botânico. Segundo o site da EPTC, o tempo mínimo de intervalo entre as viagens do 340 é de 12 minutos, e o médio, 18. Mas os usuários relatam que, às vezes, esperam mais de uma hora pelo transporte.




Na semana passada, o ônibus atrasou 10 minutos, de acordo com a tabela do site. Porém, os usuários já esperavam havia cerca de meia hora. Além do que, logo após a partida do coletivo, outro ônibus da mesma linha chegou e partiu em poucos minutos.

Usuários reclamam

A comerciante Rosane Nascimento, 45 anos, que mora no bairro Jardim Botânico e pega com regularidade o 340 para ir até o Centro, já chegou a esperar 40 minutos na parada.

— Acontecem com frequência os atrasos. Às vezes, desisto e venho para o Centro de aplicativo, para não chegar atrasada nos compromissos — relata Rosane.

Tiago Machado Soares, 32 anos, trabalha no Centro como vigilante e precisa pegar o Jardim Botânico para voltar para casa todas as noites.




— Sempre demora. Enquanto vêm três Orfanatrófios (ônibus do ponto ao lado), vem um 340. Já cheguei a esperar duas horas — reclama Tiago.

Na parada há cerca de 20 minutos, a babá Roseli Bueno e a secretária Carmem Amaro, 49 e 47 anos, utilizam o T3 para irem trabalhar. A demora, elas dizem, é frequente.

— É muito ruim, demora muito. E de manhã cedo é lotado, quase não dá para entrar no ônibus — diz Roseli.

Segundo a tabela horária da EPTC, o tempo de espera entre as viagens é de 11 minutos em dias de semana. Informação que é contrariada pelas usuárias.

— Já esperei 40 minutos para ir trabalhar. Sem falar, quando os ônibus não tem condições, são horríveis — queixa-se Carmem.

Empresas se defendem

A Mob, consórcio da linha B55, informa que, através da fiscalização e dos GPS colocados nos coletivos, houve um levantamento confirmando as reclamações e os atrasos nas viagens. Foram, então, realizadas alterações na operação, incluindo mais frotas de ônibus e mantendo a mesma tabela horária, o que deve contribuir para a solução do problema.




Já a Via Leste, operadora da 340, afirma que o coletivo é controlado pelo Sistema de Ônibus Monitorado Automaticamente (SOMA), da EPTC, que verifica a realização das viagens programadas. “Pelo sistema, a linha 340 – Jardim Botânico tem índices de 99% de viagens realizadas e cerca de 86% de viagens realizados no horário programado. Esses valores estão dentro da média possível para a cidade”, reitera a empresa.

Segundo a Carris, que opera o ônibus T3, a linha tem índice de cumprimento de horários superior a 97%. “O T3 tem a característica de rodar longas distâncias em ruas que não dispõe de via exclusiva ou corredores de ônibus. Esse é um fator que torna a efetividade da operação dependente do fluxo do trânsito e que interfere diretamente nos índices de atrasos”, afirma a empresa. De acordo com o canal próprio de atendimento da empresa, a linha foi a que mais recebeu reclamações por falha no cumprimento de horários, foram 25 queixas neste ano.

Fiscalização

Em 2018, a EPTC já realizou 3.062 autuações devido ao atraso dos ônibus. O valor da multa é de R$ 476,84 por viagem atrasada. Ao receber as reclamações, o órgão leva em conta o motivo da viagem atrasada ou não cumprida, para então autuar.

— Analisamos se houve algum evento para que a viagem não tenha ocorrido, como manifestações, acidentes de trânsito, alagamentos. Mas quando não existem anormalidades, há a autuação — explica o Gerente de Fiscalização de Transporte da EPTC, Luciano Souto.




Além das reclamações dos passageiros, a EPTC conta com uma equipe de fiscalização que trabalha diariamente nas paradas e nos terminais de ônibus para controlar o cumprimento da tabela horária.

Os números de reclamações em relação ao mesmo período do ano passado diminuiu: de janeiro a agosto de 2017 foram 6.229, já neste ano, 4.683. Luciano acredita que o trabalho realizado mensalmente entre a EPTC e as empresas de ônibus tem colaborado para o melhoramento das viagens. Nas reuniões, são tratadas as diversas reclamações dos usuários, entre elas a questão da tabela horária.

— Conseguimos em cima deste trabalho identificar pontualmente onde o problema está acontecendo e focamos em melhorar — afirma o gerente.

O ranking das reclamações

2017*
1°: 340 — Jardim Botânico (132 reclamações)
2°: 283 — Ipanema/Cavalhada (121 reclamações)

2018*
1°: B55 — Protásio/Humaitá (106 reclamações)
2°: 340 — Jardim Botânico e T3 (75 reclamações cada)
* De 1° de janeiro a 2 de agosto

Como reclamar

— As reclamações podem ser feitas pelos telefones 156 e 158 ou pelo e-mail [email protected].

A EPTC pede que a reclamação contenha o horário, a linha atrasada e o local. (DG)



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