Os sonhos frustrados de quem pagou e não recebeu a moradia

Os sonhos frustrados de quem pagou e não recebeu a moradia

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As reclamações de clientes que alegam terem sido lesados pela Construtora Martins partem de vários municípios da Região Metropolitana. Desde sexta-feira, moradores de pelo menos sete cidades relataram seus casos.

Nas queixas, aparecem situações em que casas pré-fabricadas ou de alvenaria não foram entregues, não chegaram a ser concluídas ou o material utilizado era de baixa qualidade. De acordo com os relatos de clientes da construtora, o prejuízo ultrapassa R$ 234 mil.



ALVORADA

Clarisse Silva dos Santos, 37 anos 
Data da compra: setembro de 2016
Valor pago: R$ 22,5 mil
Reclamação: a promessa era de que as obras seriam iniciadas em até 30 dias, mas o imóvel de eucalipto, com 54 metros quadrados, não virou realidade
Situação: acionou a empresa na Justiça, solicitando devolução do valor pago. Em audiência realizada em março de 2017, a construtora afirmou que entregaria a casa em 60 dias,  mas não cumpriu

CANOAS

Luís Carlos Oliveira de Siqueira, 55
Data da compra: novembro de 2017
Valor pago: R$ 8 mil
Reclamação: casa não foi entregue
Situação: ingressou com ação, a Justiça lhe deu ganho de causa, mas não foram localizados bens ou valores em contas bancárias para garantir o ressarcimento. Registrou, então, ocorrência por estelionato




Jorge Luís Silveira, 38
Data da compra: setembro de 2016
Valor pago: R$ 18,1 mil
Reclamação: casa só foi entregue em janeiro de 2018 e inacabada. Teve de pagar pela conclusão
Situação: ingressou com ação no Juizado Especial Civil, foi realizada audiência, mas os representantes da empresa não compareceram

Patrick Martins Rodrigues, 20
Data da compra: novembro de 2017
Valor pago: R$ 13 mil
Reclamação: a construtora ficou de entregar a casa em até 60 dias. Pagou, inclusive, o frete para o transporte dos materiais. Apenas as pedras de alicerce foram entregues, nada foi construído.
Situação: o caso está na Justiça




Rosimari da Rosa e Silva, 49
Data da compra: julho de 2017
Valor pago: R$ 16 mil
Reclamação: da casa, que deveria ser construída em Cidreira, foi feito o alicerce e erguida uma parede.
Situação: o caso está na Justiça

CACHOEIRINHA

Juliana Raupp Marcelo, 33
Data da compra: janeiro de 2016
Valor pago: R$ 52 mil
Reclamação: em outubro de 2016, quando o atraso já chegava a quatro meses, o sobrado em alvenaria, ainda em construção, desabou.
Situação: a entrega ocorreu em agosto de 2017, ainda assim, incompleta

PORTO ALEGRE

Giselle Silva de Oliveira, 33
Data da compra: outubro de 2015
Valor pago: R$ 7 mil
Reclamação: a construtora entregou parte dos materiais e construiu a casa. A residência, porém, ficou torta. Tinha madeiras rachadas e vigas quebradas.
Situação: ingressou com ação judicial, duas audiência foram marcadas, mas os representantes da empresa não compareceram.




Everton da Silva Rosa, 47
Data da compra: dezembro de 2017
Valor pago: R$ 10 mil
Reclamação: recebeu a promessa de que a obra seria iniciada em janeiro e concluída em fevereiro. A construtora teria deixado parte do material no terreno e nunca mais aparecido
Situação: aguarda solução

Jaqueline Grasseschi, 55
Data da compra: junho de 2018
Valor pago: R$ 13,7 mil
Reclamação: a promessa da empresa era de início de obras em um terreno em Balneário Pinhal, no Litoral Norte, após 20 dias da assinatura do contrato. Na semana passada, foi entregue parte do material, que foi devolvido, devido à danificação.
Situação: caso foi registrado na polícia

SÃO LEOPOLDO

Jandira de Abreu Machado, 45
Data da compra: maio de 2017
Valor pago: R$ 12 mil
Motivo da reclamação: a promessa era de entrega em 60 dias, mas a casa não saiu do papel
Situação: registrou ocorrência policial e em órgãos de defesa do consumidor. Aguarda retorno das autoridades




Juliana dos Santos Haag, 35
Data da compra: setembro de 2016
Valor pago: R$ 19 mil
Reclamação: família comprou casa para ser construída em Cidreira, mas não houve a entrega
Situação: foi movida ação judicial e, quase um ano depois, ocorreu audiência. Ainda não há decisão

SAPUCAIA DO SUL

Vera Pehl, 63 anos
Data da compra: dezembro de 2017
Valor pago: R$ 9 mil
Motivo da reclamação: como a moradia seria construída no terreno em que morava, demoliu a casa em que vivia para dar espaço ao novo imóvel. Nada foi construído no lugar
Situação: ao pesquisar o CNPJ da empresa, descobriu que a construtora tinha problemas judiciais com outros clientes. Pediu cancelamento do contrato, que foi concedido pela Martins, mas nunca obteve o dinheiro de volta

Willian Dias do Couto, 28
Data da compra: abril de 2017
Valor pago: R$ 5 mil
Reclamação: a empresa enviou parte do material e dois pedreiros, que deixaram o serviço inacabado. Os trabalhadores alegaram que não recebiam
Situação: a Justiça deu ganho de causa ao cliente e, em acordo, foi estabelecido que o dinheiro seria devolvido em três parcelas. Nenhuma foi paga

VIAMÃO

João Artur Soares, 38
Data da compra: setembro de 2017
Valor pago: R$ 20 mil
Reclamação: a casa ainda não foi concluída. Em duas etapas, ergueram quatro paredes. Ele pagou pelo telhado
Situação: na semana passada, a empresa enviou mão de obra, mas não forneceu material




Natacha Souza de Mello, 22
Data da compra: outubro de 2016
Valor pago: R$ 9,6 mil
Reclamação: a obra chegou a ser iniciada, mas empreiteiros foram trocados nove vezes
Situação: depois de oito meses, a estrutura foi erguida, segundo Natacha, com contrapiso torto e portas em PVC. Depois, a obra foi abandonada, e ela teve de contratar profissionais para concluí-la

CONTRAPONTO

O QUE DIZ A CONSTRUTORA

A reportagem procurou representantes da empresa. Um homem, que se identificou como José Martins e seria responsável na Construtora Martins, alegou que está fora da região e prometeu falar sobre o assunto apenas nesta quarta (15). (DG)



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