O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta terça-feira (04) que o grupo de brasileiros que está na região de Wuhan, na China – epicentro da epidemia do novo coronavírus – deve chegar ao Brasil na manhã de sábado (08).
Eles serão repatriados em dois aviões reservas da frota presidencial, nos quais o presidente Jair Bolsonaro não costuma viajar. A quarentena será cumprida em Anápolis (GO), e quem apresentar qualquer sintoma da infecção será levado ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para avaliação médica.
De acordo com o ministro, o avião fretado deve decolar da Base Aérea de Brasília ao meio-dia desta quarta-feira (05). A aeronave deve chegar à China na madrugada de sexta-feira (07), e ainda não está definido o tempo necessário para inspeção e embarque dos brasileiros.
“O presidente [Jair Bolsonaro] concordou em ceder suas duas aeronaves, com capacidade de 30 passageiros cada um. O presidente abriu mão das aeronaves, tendo em vista a situação da Força Aérea”, disse Fernando Azevedo e Silva.
Até a tarde desta terça-feira, havia 29 pessoas confirmadas para a repatriação, incluindo quatro chineses listados como cônjuges, filhos ou pais de brasileiros. A lista inclui sete crianças.
Além da tripulação de voo, equipes médicas do Ministério da Saúde e do Instituto de Medicina Especializada da Força Aérea Brasileira embarcarão para monitorar os brasileiros no trajeto de volta.
De acordo com o governo, as aeronaves saem de Brasília e fazem escalas em Fortaleza (CE), Las Palmas (Ilhas Canárias, Espanha), Varsóvia (Polônia) e em outra cidade da China, antes de pousar em Wuhan. No retorno, elas farão o mesmo trajeto em sentido contrário.
Prazos curtos
As decisões foram tomadas após uma reunião de ministros com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, os brasileiros que desejarem voltar devem informar à Embaixada do Brasil em Pequim até 24 horas antes do embarque – ou seja, até a manhã de quinta-feira na capital chinesa.
“Os brasileiros que desejam retornar, fiquem em contato permanente com a nossa embaixada em Pequim. [Faremos] Tudo obedecendo parâmetros do governo chinês”, declarou Araújo.
Termo de quarentena
O advogado que representa o grupo de brasileiros em Wuhan, Antonio Rodrigo Machado, disse que até esta terça o grupo na China seguia preocupado com a localização e as condições dos abrigos para a quarentena. Até aquele momento, o governo ainda não tinha confirmado a escolha de Anápolis, em Goiás.
Ainda segundo Machado, dos 29 interessados em voltar, 14 já tinham assinado um “formulário de adesão” às regras estabelecidas pelo governo. O documento formaliza os 18 dias de quarentena, prevê quartos individuais para os isolados e aferição de dados vitais três vezes por dia, entre outros pontos. (O Sul)



