Ato marca 90 dias de ocupação em defesa da Escola Estado do Rio Grande do Sul
Foto: Cpers | Divulgação

Ato marca 90 dias de ocupação em defesa da Escola Estado do Rio Grande do Sul

Representantes da comunidade escolar pediram apoio da sociedade em defesa da Escola.

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Do Sul21

Os 90 dias de ocupação e resistência contra o fechamento da Escola Estado do Rio Grande do Sul, pelo governo Eduardo Leite (PSDB), foram marcados nesta segunda-feira (7) por um ato simbólico que reuniu representantes da comunidade escolar e de diversas entidades. Reunidos no ginásio da escola e respeitando as normas do distanciamento social, o movimento de pais e mães que ocupa a escola deu um relato sobre a situação atual e pediu apoio da comunidade para o prosseguimento da mobilização. Mães, pais, funcionários, vizinhos, comércio local e movimentos sociais vêm apoiando a ocupação.

Segundo Rossana da Silva, mãe de aluno, ex-aluno e presidente do conselho escolar, “a escola é boa, tem espaço, estrutura, não é o que o governo está dizendo”. Ela disse ainda que a escola tem toda estrutura inclusive para os alunos com deficiência, tendo entre outros rampas e salas de recursos, o que a escola Leopolda Barnewitz, na qual pretendem que os estudantes da Rio Grande do Sul frequentem, não possui. Beatriz Garbelin, mãe de uma aluna com deficiência, assinalou que “os nossos filhos são números, não são pessoas para eles, acham que podem tirar daqui e largar onde quiser sem ter a preocupação do que isso vai acarretar a cada estudante e se a outra escola tem condições de receber esses estudantes”. A mãe ainda reforçou que a escola Leopolda não tem salas no térreo nem sala de recursos para esses estudantes.

Representantes da comunidade se reuniram no ginásio da escola. (Foto: Marta Resing)
Durante o período de ocupação, a comunidade escolar já realizou pinturas e pequenos reparos na escola e aguarda a visita do governo do Estado para conhecer a situação atual da escola, o que até agora não aconteceu.

Após uma reunião de trabalho para organizar os próximos passos da ocupação, representantes da escola, do CPERS e a deputada Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, realizaram uma caminhada até a Secretaria Estadual de Educação para tentar uma agenda com o secretário Faisal Karan. O secretário não recebeu a comitiva, que registrou em ata o pedido de posicionamento da Secretaria e a devolução imediata dos documentos com a vida escolar dos estudantes, retirados da escola ainda no final do mês de agosto.

Enquanto a ocupação segue, o processo judicial também está em curso. Nesta segunda, o Ministério Público Estadual deu um parecer favorável pelo fechamento da escola alegando que o Estado não tem obrigação de debater o fechamento da escola junto à comunidade escolar. A deputada estadual Sofia Cavedon destacou a importância da gestão democrática e do diálogo com a comunidade algo que está sendo completamente esquecido, mas que a comunidade está dizendo “vocês estão sendo autoritários, e isso não será esquecido”. Ela lembrou que a política de fechamento de escolas não começou agora, “o projeto de educação de Eduardo Leite é fechar escolas, tirar alunos de chamada, reduzir custos e municipalizar o ensino, faz dois anos que isso vem acontecendo. A resistência da escola Rio Grande do Sul é um simbólico para todas essas tentativas de fechamento”.

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