Moradores da Vila Nazaré, em Porto Alegre, se mobilizam contra a falta de luz
Foto: Reprodução

Moradores da Vila Nazaré, em Porto Alegre, se mobilizam contra a falta de luz

Sem energia elétrica desde o temporal do último domingo, remanescentes da comunidade cobram resposta

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Fabiana Reinholz | Brasil de Fato

O forte temporal do último domingo (13) em Porto Alegre deixou comunidades destelhadas, sem água e energia elétrica. Entre as comunidades afetadas estão as da Zona Norte da Capital: Vila Dique, Nazaré, Ocupação Povo sem Medo e Quilombo dos Machados. Sem luz desde domingo, e com previsão de retorno só daqui a 10 dias, moradores remanescentes da Vila Nazaré realizam um panelaço, nesta terça-feira (15), a partir das 17h, na avenida Sertório. A estimativa é que na Vila Nazaré 250 famílias tenham sido atingidas, segundo responsável pelas remoções.

A vila sexagenária passa, nos últimos anos, por um processo de reassentamento das famílias por conta da ampliação do aeroporto Salgado Filho, pela concessionaria alemã Fraport. Segundo estima o integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Eduardo Osório, cerca de 90% dos moradores foram reassentados, outros 250 permanecem no local.

Pós temporal, muitas famílias ficaram em situação crítica, sem telhado em casa, sem luz e sem água, relatou em sua rede social o vereador recém eleito Matheus Gomes, que foi juntamente como o movimento MTST ver de perto a situação. Segundo relata Daniel Alex da Silva Dutra, mais conhecido como Alex, presidente da Associação dos Moradores da Vila Nazaré (Amovin) e da ONG Instituição Criança Feliz Nazaré, a mobilização da comunidade fez com que a situação melhorasse, contudo a falta de luz é o problema mais grave.

“Tinha bastante madeira e telha das outras casas. Tava mais feio, agora o pessoal tá se ajudando, o mais ruim é a falta de luz. Estamos com a água fraca, não sobe no chuveiro. O pessoal da CEEE está aqui, disseram que os postes vão ser remendados para daqui a duas semanas arrumarem. Vão esquecer da gente”, aponta Alex.

Conforme complementa Eduardo, o prazo de 10 dias não condiz com a realidade, além da empresa não ter se comprometido formalmente. De acordo com o ativista, na vila há duas situações: a das famílias que estão no aguardo do reassentamento e os que querem permanecer no local.

“São várias famílias que já tinham escolhido apartamentos, casas, no loteamento irmãos Maristas, e estão esperando que o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) reassente. Só que a justificativa do departamento é que tem famílias que são da fase dois que ainda não saíram da vila porque não ganharam seu comércio, sua reciclagem e, segundo eles, isso está impedindo as famílias da fase três de serem reassentada”, aponta Eduardo.

Segundo ele a preocupação maior é com as famílias que ficam na área que não foi desapropriada, na Vila Pepino, em que vivem cerca de 80 famílias. “Agora a briga é para que as famílias que precisam sair saiam na celeridade necessária, com os trâmites necessários, e as famílias que queiram ficar tenham garantia dos seus direitos”, finaliza Eduardo.

Outras comunidades também precisam de assistência

De acordo com o MTST, o temporal de domingo destelhou inúmeras casas na Ocupação Povo Sem Medo. Para ajudar essas famílias o movimento está arrecadando lona, colchões, roupas de cama, telhas, móveis e utensílios domésticos.

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