Mais de 5 milhões de pessoas não têm água potável nas 100 maiores cidades do Brasil
Foto: Pixabay

Mais de 5 milhões de pessoas não têm água potável nas 100 maiores cidades do Brasil

Ranking aponta que 100 milhões de pessoas não dispõem de acesso à coleta de esgotos; especialista aponta que é preciso investir cerca de R$ 700 bilhões para universalizar o saneamento no país

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Cerca de 5,5 milhões de brasileiros não tem água tratada e quase 22 milhões não dispõem de esgotos nas 100 maiores cidades do país, segundo o novo Ranking do Saneamento. Dados publicados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento evidenciam que os principais municípios do território nacional entraram no 1º ano da pandemia, em 2020, com déficits de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Aproximadamente 100 milhões de pessoas não têm acesso à coleta de esgotos, sendo 21,7 milhões nos maiores municípios.

No Ranking das melhores cidades, Santos, em São Paulo, aparece na 1ª posição, seguida por Maringá e Uberlândia. Já entre as piores pela primeira vez, Macapá obteve a pior nota frente a outros municípios que sempre figuram entre os últimos, como Porto Velho, São João de Meriti, Belém, Ananindeua e Santarém. O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, indica que, muitas vezes, os gestores não investem em saneamento porque a obra não tem visibilidade eleitoral. No entanto, ele acrescenta que o problema acaba estourando sobre a própria administração com aumento de doenças e hospitalizações. “Como é uma estrutura enterrada, muitas vezes, ela é considera de baixo apelo eleitoral, que o eleitor não vê aquelas tubulações de água e esgoto, que estão embaixo da terra, muitas vazes o prefeito vai fazer outras coisas. Vai asfaltar ruas, fazer posto de saúde, que só faz sentido quando a pessoa está doente. O saneamento tem essa vantagem de proteger a saúde das pessoas. Muitas vezes mostramos para os prefeitos que uma grande parte dos recursos que ele gasta em saúde vem de não ter feito serviços de saneamento básico.”

Agora, o desafio é até 2033 chegar a quase totalidade da população. Para a superintendente técnica da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto, Ilana Ferreira isto só será possível com a participação da iniciativa privada. “Para que o saneamento se torne uma realidade para todos os brasileiros é preciso investir cerca de R$ 700 bilhões. A primeira medida necessária para a expansão dessas redes é a estruturação e licitação de projetos. Somente com a participação privada será possível universalizar esses serviço”, explicou. Entre as capitais, pela primeira vez São Paulo aparece como a mais bem colocada, seguida por Palmas e Curitiba. Um dado relevante é que 70% dos municípios investem menos de 30% do valor arrecadado em saneamento. Várzea Grande, no Mato Grosso por exemplo não investiu nada do que foi arrecadado. Sobre o esgoto, a população da cidade de São João do Meriti não tem acesso a coleta. Já a campeã de perda de água na distribuição é Porto Velho com mais de 83%. O fato é que não há muito o que comemorar neste 22 de março, Dia Mundial da Água. O que fica é a esperança dos brasileiros para que este panorama mude com o novo marco regulatório do setor. (Jovem Pan)

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