EMEF Leocádia Felizardo Prestes nega ter aderido a projeto de escola cívico-militar
Foto: Divulgação | PMPA

EMEF Leocádia Felizardo Prestes nega ter aderido a projeto de escola cívico-militar

Anunciada pela Prefeitura como a primeira escola da Capital a aderir ao projeto, direção diz ser “inverídica” a informação.

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Luciano Velleda | Sul21

A direção da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo Prestes divulgou, nesta sexta-feira (14), nota de esclarecimento em que diz ser inverídica a informação de que a instituição solicitou aderir ao projeto de escola cívico-militar. A novidade foi divulgada pela Prefeitura de Porto Alegre, na última quarta-feira (12), em ocasião da visita do Ministro da Educação (MEC), Milton Ribeiro. As escolas cívico-militares são uma bandeira do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

A direção da escola explica ter preenchido formulário em que manifestava interesse em conhecer a proposta. A seguir, novas informações foram pedidas por telefone pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) e, dias depois, uma visita foi agendada. No dia 10 de maio o encontro foi realizado, com a presença de representes da Smed, acompanhados da vereadora Comandante Nádia (DEM) e do deputado estadual Tenente-Coronel Zucco (PSL).

“Nesta visita, a Sra. Hilda apresentou alguns slides que traziam dados da escola majoritariamente e, alguns poucos, com dados da proposta de implantação. Não havia informação concreta sobre tal projeto e, no tempo que dispúnhamos, seria impossível conhecer e analisar um projeto de tal envergadura. A Sra. Célia, a Vereadora Nádia e o Deputado Zucco fizeram algumas intervenções em sua fala. O diretor Aldemir esclareceu à vereadora e ao deputado que estávamos dispostos a conhecer o projeto e avaliá-lo para posterior apreciação, sobre implantar ou não, por parte de toda a comunidade escolar. Essa informação já havia sido dada à mantenedora, porém não era clara ao deputado, que se surpreendeu ao ouvi-la. O Tenente-Coronel Zucco verbalizou que deveriam procurar outra escola e se retirou”, explica a nota da EMEF Leocádia Felizardo Prestes.

O documento, assinado pelo diretor da escola, Aldemir do Nascimento, e pela vice-diretora, Rute Viegas Nunes, afirma que tanto a equipe diretiva quanto o conselho escolar então pediram mais informações sobre o projeto às representantes da Smed.

“A visita foi encerrada com esta combinação: as representantes da mantenedora e a vereadora acenariam a apresentação do projeto na íntegra ao grupo de professores, equipe diretiva e conselho escolar”, afirma a direção.

O diretor e a vice-diretora contam que a surpresa aconteceu ao final do mesmo dia, quando o deputado Tenente-Coronel Zucco divulgou vídeo anunciando a escola como possível instituição a aderir ao projeto. A legenda do vídeo dizia: EMEF Leocádia Felizardo Prestes vai ser uma escola cívico-militar.

A direção da escola destaca que a “informação inverídica”, depois também anunciada pelo governo do prefeito Sebastião Melo (MDB), tem causado constrangimentos. A direção afirma que, até esta sexta-feira (14), a Smed não encaminhou nenhum documento ou informação oficial, e a escola permanece sem conhecer detalhes do projeto.

“Reafirmamos aqui que não aderimos à nenhuma implantação e esperamos poder continuar nosso trabalho respeitando os princípios democráticos vigentes e tão característicos da nossa rede municipal de ensino”, finaliza a nota de esclarecimento.

Meta

Ao anunciar a EMEF Leocádia Felizardo Prestes como a primeira da Capital a aderir ao projeto de escolas cívico-militares, o governo Melo disse que a meta, até 2024, é o modelo ser implantado em outras sete instituições de Porto Alegre.

Segundo a Prefeitura, o critério de escolha leva em conta regiões de vulnerabilidade social, com extrema violência e indicadores de desempenho abaixo da meta. As escolas devem ter mais de 400 alunos, de 1º ao 9º ano de Ensino Fundamental, nos turnos da manhã e tarde.

“De acordo com o projeto, o objetivo é incorporar aos alunos atitudes e valores, conscientizar sobre deveres, direitos e responsabilidade, preparar o estudante para atuar em qualquer campo profissional e melhorar os indicadores de desempenho”, explica a prefeitura.

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