Projeto quer que Uber e iFood paguem salário mínimo e férias para motoristas
uber
Foto: Agência Senado

Projeto quer que Uber e iFood paguem salário mínimo e férias para motoristas

Proposta no Senado defende mudança na CLT para garantir benefícios trabalhistas para motoristas e entregadores

Compartilhe esta notícia

Um projeto de lei no Senado quer garantir salário mínimo e férias para motoristas e entregadores de aplicativos. O texto sugere a criação de uma norma especial para a categoria na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A mudança obrigaria empresas como Uber e iFood a oferecerem os benefícios para seus parceiros.

O PL 975/2021, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), prevê a criação na CLT de uma categoria para motoristas de aplicativos. O trecho valeria para os que atuam no transporte remunerado privado individual de passageiros e os que atuam nos serviços de entrega qualquer que seja o meio de transporte.

A proposta defende que esses trabalhadores devem ter direito a salário mínimo por hora. O valor poderia ser estabelecido por três meios: o salário mínimo nacional, hoje em R$ 1.100; eventual acordo ou convenção coletiva; ou piso salarial fixado para a categoria. Segundo o projeto, o valor mais vantajoso para motoristas e entregadores é o que prevaleceria.

O texto defende que motoristas e entregadores tenham direito a férias remuneradas de 30 dias. O valor seria a média da remuneração mensal dos últimos 12 meses mais um terço desta média. Além disso, os trabalhadores teriam direito a descanso semanal remunerado, com base na média da remuneração dos seis dias anteriores.

O projeto de lei prevê outros benefícios decorrentes de acordo ou convenção coletiva entre empresas e profissionais. O documento deixa claro que a definição dessas garantias não afetaria outros direitos e benefícios previstos na CLT ou em outras leis trabalhistas.

Uber paga salário mínimo no Reino Unido

Em sua justificativa para o projeto, Randolfe afirmou que há um descaso sobre os direitos trabalhistas dos motoristas de aplicativos. O parlamentar destacou a decisão da Suprema Corte do Reino Unido, que classificou estes profissionais como trabalhadores. Por isso, a Uber terá de pagar salário mínimo e férias a mais de 70 mil parceiros britânicos.

Ele também citou casos de Nova York, onde empresas como a Uber precisam pagar salário mínimo a motoristas desde 2018, e o de Milão, onde o Ministério Público pressiona pela formalização de 60 mil entregadores de aplicativo.

“Não estamos mais no tempo de dizer que eles são escravos, mas sim de dizer que são cidadãos. Esta é a frase dita por Francesco Greco, procurador-chefe de Milão, na luta para garantir direitos básicos aos entregadores de aplicativo naquela cidade italiana. É o mesmo pensamento que tenho”, afirma o senador.

O projeto de lei foi protocolado em março e ainda aguarda a distribuição para as comissões. Caso seja aprovado pelos senadores, ele ainda passará pela Câmara dos Deputados e, então, para sanção do presidente da República. (Valor)

Cobertura do Porto Alegre 24 Horas

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Porto Alegre 24 Horas nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Tem também o nosso grupão do Telegram e no Whatsapp.

Siga o Porto Alegre 24 Horas no GOOGLE News!