A pedido da Defensoria Pública do Estado, por meio da Justiça, o Centro de Atendimento Sócio Educativo Feminino do Complexo da Cruzeiro, em Porto Alegre foi interditado. A decisão, que pode ser prorrogada por dez dias, será mantida, até que os trabalhadores sejam removidos da unidade. O local serve de abrigo para sete meninas, que prestavam serviços socioeducativos.
No pedido solicitado pela Defensoria Pública do Estado, foi relatado a diferença de tratamento entre homens e mulheres, as revistas constrangedoras antes e depois de visitas de familiares, a necessidade de autorização para tomar água e ir ao banheiro e a proibição do uso de camisetas de time.
“As mulheres sofrem com o hipercontrole dos corpos e das roupas, além da hipervigilância do comportamento e das conversas. Ao passo em que os meninos podem usar suas próprias roupas e conversar com os seus pares sobre suas vidas, as meninas não podem usar suas roupas por serem curtas ou justas, a pretexto, dentre outras coisas, de que homens trabalham na unidade. Também sofrem uma grande cobrança com relação às atividades de limpeza” disse Rodolfo Lorea Malhão defensor público.
A interdição não atinge as meninas que eram acolhidas pelo Centro de Atendimento Sócio Educativo, e sim, as novas solicitações de abrigo no local. Esse não é o primeiro caso envolvendo os servidores da Fase, em dezembro de 2022, quatro pessoas que trabalhavam na ala masculina foram afastados por suspeita de agressão.



