O Urso do Pó Branco
2023
Cocaína Bear
Direção: Elizabeth Bankz
Todos os dias somos bombardeados com tantas notícias, tantos acontecimentos, e muitas vezes fazemos aquela pergunta interior depois de ler uma matéria:
Será que isso é verdade?
Vamos aos fatos antes do filme.
Em 1985, em plena guerra americana contra a heroína, cocaína e o crack que invadiam as ruas e escolas do país, um avião vindo da Colômbia com mais de 400 quilos de cocaína despeja toda a carga em uma floresta no estado da Geórgia, porque o traficante Andrew Thornton acreditava que seu avião estava sendo perseguido pelo departamento contra entorpecentes do governo americano.
Após atirar do avião diversas sacolas com quase 40 kg de cocaína cada, Andrew amarra uma sacola em seu corpo e salta de para quedas, só que a sacola se enrola em seu equipamento e o traficante acaba perdendo a vida, sendo encontrado na entrada de carros de uma residência em Knoxxville.
Parte da droga foi encontrada no entorno do local da fatídica queda, mas logo a polícia e curiosos ouviram a notícia de quê a maior parte da cocaína havia caído na floreta de Chattahoochee-Oconee na Geórgia, região habitada por animais selvagens, inclusive ursos, e um urso em especial encontrou uma bolsa recheada de pó branco.
Chegamos finalmente ao filme
Bom, a história de um urso que encontra cocaína na floresta e consome sem moderação é verdadeira, e esse é a linha inicial para a história do filme O Urso do Pó Branco, dirigido por Elisabeth Bankz que estreia nos cinemas nesta quinta feira.
No filme, a floresta citada acima faz parte de um Parque Florestal visitado por centenas de caminhantes e exploradores e é administrado por Ranger Liz, uma guarda florestal, vivida por Margo Martindale. No parque há informações a respeito do que fazer nas trilhas e florestas se a pessoa encontrar com um urso em seu caminho.
Se for um urso preto, olhe para o animal e o intimide com gestos e gritos, se for um urso pardo, corra.
Desde os primeiros momentos do filme fica clara a intenção da diretora em fazer um clássico “terrir” oitentista, aqueles filmes levemente trash, com aventura, suspense e muitas risadas, tudo muito bem adaptado a um roteiro repleto de surpresas.
E muitas histórias se cruzam a partir
A atriz Keri Russel, dos seriados Felicity e Americans, é Sari, uma mãe solo que divide sua vida tumultuada com sua filha e sua profissão no hospital, com uma agenda cheia de plantões. Sentindo-se negligenciada pela mãe sua filha Dee Dee, teimosa e cheia de vontade própria, decide matar aula com seu amigo Henry e entrar na floresta para fazer uma pintura da cachoeira, lá são surpreendidos pelo urso já totalmente entorpecido pelo consumo do pó, e cada um corre para sobreviver. Quando Suri percebe que sua filha não foi à escola ela se embrenha na mata para tentar localizar a filha.
A Ranger Liz e Peter, um naturalista vivido pelo ator Jesse Tyler Fergusson, conhecido pelo seriado de sucesso Modern Family, se unem à SARIA PARA PROCURAR Dee Dee e Henry.
Destaque para Ray Liotta, ator que nos deixou em maio do ano passado que no filme faz o papel de Syd, o traficante que deveria receber a grande carga de cocaína e que junto com seu filho, que não quer ser traficante de drogas, e capangas também invade a floresta para recuperar a sua mercadoria.
Mas não podemos nos esquecer do personagem principal do filme, o urso preto que ficou fissurado por cocaína e vai matar quem ele encontrar pela frente para conseguir o que quer, criando momentos de uma tragédia cômica como a muito tempo não é vista nas telas de cinema.
Na vida real o urso não fez mal a ninguém, consumiu tanto pó que foi derrubado por uma overdose fatal e encontrado em meio a 40 quilos de pó.
Preferimos aqui a vingança poética e ficcional da diretora Elizabeth Banks.
Quem quiser conhecer pessoalmente o urso, que foi empalhado, está permanente exposto no “Kentucky for Kentucky Fun Mall” em Lexington, no estado de Kentucky, e recebeu o carinhoso apelido de Pablo Eskobear.
Crítica
Cristiano Aquino
