Coordenador do Samu é afastado após escândalo de médicos reguladores no RS
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Foto: Reprodução

Coordenador do Samu é afastado após escândalo de médicos reguladores no RS

Jimmy Luis Herrera Espinoza é removido do cargo e considera deixar a Secretaria de Saúde após depor sobre médicos reguladores faltando a turnos de trabalho.

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Após o afastamento do diretor da Central de Regulação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RS), Eduardo Elsade, mais uma figura-chave, o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Jimmy Luis Herrera Espinoza, foi retirado de seu cargo na quinta-feira (31). A decisão ocorreu após o depoimento de Herrera na comissão de sindicância do governo gaúcho, que investiga a conduta de médicos reguladores do Samu que não estavam cumprindo sua carga horária, prejudicando o atendimento em 269 cidades do estado.

Jimmy Luis Herrera Espinoza informou ao Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS que planeja pedir férias para reconsiderar se continuará a trabalhar na Secretaria Estadual de Saúde. Como servidor público, ao deixar o cargo de coordenador, ele teoricamente retornaria à função de médico regulador.

O afastamento de Herrera ocorreu dois dias após seu depoimento na comissão de sindicância, no qual ele admitiu estar ciente dos descumprimentos de horários, mas afirmou que cabia ao diretor, Eduardo Elsade, tomar uma decisão a respeito.

— Tudo o que ocorre dentro do Samu é de conhecimento de toda a chefia. Ele (Elsade) com certeza sabe que isso acontece — reconheceu Herrera.

Foi o próprio coordenador quem divulgou um áudio no qual Elsade instruía que uma médica que abandonou o plantão não fosse oficialmente advertida. Após a exposição da gravação pelo GDI, o governo do estado anunciou a saída do diretor na quarta-feira (30).

— Não há advertência, você, no máximo, pode chamá-la e dizer que passou para a direção, e nós seguramos — orientou Elsade na mensagem de voz.

No dia 31 de agosto, o GDI revelou que a situação do Samu chegou ao gabinete do vice-governador do estado, Gabriel Souza. O ex-enfermeiro do Samu, Cleiton Felix, já havia comunicado o caso em abril deste ano, mas não obteve respostas. Sem ações efetivas, Cleiton enviou sua denúncia ao GDI, que passou a publicar reportagens sobre o assunto a partir de domingo (27). O governador do RS, Eduardo Leite, e a secretária de Saúde, Arita Bergman, manifestaram apoio ao vice-governador.

— O gabinete do vice-governador não tem atribuição para receber denúncias. Não é responsabilidade do vice-governador, assim como de diversas outras estruturas do estado. No entanto, vamos identificar o que aconteceu, ver o que aconteceu. O importante é que os fatos estão estabelecidos, identificamos esses problemas a partir das denúncias. Sindicâncias estão em andamento, e haverá responsabilização e apuração de cada indivíduo que negligenciou suas responsabilidades perante a sociedade gaúcha — declarou Leite em um vídeo nas redes sociais.

Arita Bergman também respondeu às preocupações, observando que uma denúncia se torna formal apenas quando apresentada com documentação às autoridades. A visita de Cleiton ao gabinete do vice-governador não resultou em documentação formal, visto que nenhuma informação foi deixada pela denunciante durante o encontro.

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