Na tarde desta segunda-feira (2), em Porto Alegre, está agendado o recebimento e a abertura dos envelopes contendo propostas de empresas interessadas na concessão da companhia Carris pelos próximos 20 anos. O sindicato dos servidores da estatal de transporte público é contrário a essa medida e anunciou o início de uma paralisação da categoria no mesmo dia, em protesto contra a privatização.
Na última sexta-feira (29), representantes da prefeitura e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa) participaram de uma audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4). Ficou acordado que pelo menos 60% da operação da Carris será mantida durante a greve.
Caso esse índice não seja respeitado, a administração municipal se comprometeu a reforçar a frota com veículos de empresas privadas. Um novo encontro está marcado para a manhã de segunda-feira, com o objetivo de avaliar a legalidade da greve. Até lá, um desembargador do TRT-4 analisará se o movimento dos trabalhadores é abusivo ou não.
O titular da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Adão de Castro Júnior, declarou: “Vamos monitorar o serviço para que o impacto na população seja o menor possível. Fizemos um amplo diálogo, inclusive oferecendo a todos os funcionários uma estabilidade de 12 meses, além de garantias trabalhistas, mas a proposta não foi aceita.”
O presidente do Stetpoa, Adair da Silva, também se pronunciou em nome da categoria: “Os trabalhadores da companhia não concordam com a concessão. Estaremos unidos em frente à sede da Carris a partir da madrugada de segunda-feira para lutar contra a venda da empresa pública, que tem 151 anos de história.”



