A atriz Juliana Paes e o empresário Ike Cruz estão unindo esforços para produzir um filme baseado na vida de Bárbara Penna de Moraes e Souza. Bárbara, vítima de uma tentativa de feminicídio em Porto Alegre em 2013, teve 40% de seu corpo queimado enquanto lamentava a perda de seus dois filhos, Isadora, de 2 anos, e João Henrique, de apenas 3 meses, além do vizinho que tentou resgatar as crianças. Todos foram vítimas do ex-marido João Guatimozin Moojen Neto, responsável pelos ataques.
Recentemente, Bárbara entrou em contato com Juliana Paes através das redes sociais e expressou sua disposição em ver sua história adaptada para o cinema, com a atriz assumindo o papel principal.
O argumento para o projeto já foi elaborado e está sendo apresentado a diversas plataformas de produção. Bárbara passou quatro meses no hospital e foi submetida a mais de 200 cirurgias plásticas para recuperar sua pele, que ainda traz as cicatrizes da violência.
Dez anos após a tragédia que abalou o país, Bárbara se destaca como uma fervorosa defensora na luta contra a violência às mulheres. Ela lançou um abaixo-assinado exigindo uma série de mudanças na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340). A iniciativa argumenta que a lei, que completou 16 anos em 2022, não oferecia proteção efetiva às vítimas.
“Como entrei, saí: desmotivada e desorientada”, compartilha Bárbara. “Anos após a tragédia, em 2017, fui ameaçada e perseguida pelo pai do meu agressor. Mesmo apresentando provas e fotos da perseguição à delegacia especializada da mulher da minha cidade, ainda assim não consegui a renovação da medida protetiva que havia solicitado. A Lei Maria da Penha falhou comigo, mais de uma vez.”
Em 2019, Neto foi condenado a 28 anos de prisão por tentativa de homicídio, não de feminicídio. Além disso, foi absolvido pela morte do vizinho e parcialmente condenado pela morte das crianças envolvidas no caso.
Juliana Paes, embaixadora da ONU Mulheres, está comprometida na luta pelo fim da violência contra as mulheres, o que torna seu envolvimento neste projeto uma extensão natural de seu ativismo pelos direitos das mulheres e pela conscientização sobre a violência de gênero no país.
*Com a informação Revista Fórum



