Sou do tempo em que o “1º de Abril” era celebrado como o “Dia da Mentira” com brincadeiras, pegadinhas, trotes outras tantas maneiras. Havia quem às vezes exagerasse na dose e a ação acabava qualificada como “uma brincadeira de mau gosto”.
Mas nada como as criminosas fake news. Aliás, essas notícias falsas acabaram com o 1º de Abril. Todos os dias passaram a ser dias da mentira. E de muitas mentiras, por sinal. E, obviamente, esse tipo de desinformação tem sido utilizado a partir de interesses dos mais escusos possíveis.
Eu diria, sem exageros, que as fake news são ameaças ao bem estar e à saúde das pessoas. Basta lembrar as criminosas fake News que atacavam a vacina durante a pandemia de Covid 19. Ou até mesmo as que negavam a ocorrência da pandemia, fazendo com que pessoas desprezassem os cuidados recomendados.
Também há ataques à democracia, quando as fake News são utilizadasno meio político contra determinados políticos e a favor de outros, por exemplo. Sendo mentira, não há como ser benéfico, a não ser para desonestos e mal-intencionados e seus apoiadores.
E o pior ainda está por vir. Fake News, associadas à chamada inteligência artificial – uma tecnologia que, usada por meio de programas ou aplicativos, pode ser aplicada das mais diversas formas. Inclusive para gerar desinformação – tende a deixar a situação em fase crítica. Com a inteligência artificial, por exemplo, é possível gerar gravações com a voz de pessoas falando algo que nunca disseram.
Ou criar imagens falsas, próximas da perfeição. Recentemente, um adolescente criou uma falsa fotografia de suas colegas de escola, como se elas estivessem nuas. Por essas e por outras que digo que as fake News acabaram de forma criminosa com o “Dia da Mentira”.
Sei que alguns vão me criticar, da mesma forma que criticaram quando escrevi sobre estupro e sobre milícias. Mas não me incomodo com este tipo de crítica. Afinal, mais absurdo seria eu me calar diante de fatos lastimáveis como esses que têm sido temas de minhas colunas.
*As informações contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Porto Alegre 24 Horas.
