O transporte público metropolitano da Região Metropolitana de Porto Alegre passará por um reajuste tarifário de 14,21% a partir do dia 1º de fevereiro. A medida, segundo o governo do estado, é necessária para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, que sofreu forte impacto com a pandemia da Covid-19 e, mais recentemente, com a maior enchente da história do Rio Grande do Sul.
Desde 2020, o setor enfrenta uma queda na demanda e vem sendo mantido com aportes financeiros estaduais e federais. Apenas o governo do estado desembolsou R$ 157,3 milhões para cobrir o déficit tarifário desde o início da pandemia, sendo R$ 26 milhões transferidos no fim de 2024 para manter a operação do transporte intermunicipal.
Crise no transporte e necessidade de reajuste
De acordo com o superintendente da Metroplan, Francisco Horbe, o estado tentou minimizar os impactos da crise com repasses financeiros e limitação de reajustes para não sobrecarregar a população. No entanto, a demanda de passageiros ainda não voltou ao nível pré-pandemia, agravando a situação financeira do setor.
“Sem o repasse de verbas federais para cobrir gratuidades estabelecidas por lei, todo o subsídio precisa sair do caixa estadual. O reajuste evita a necessidade de novos aportes ainda maiores no sistema”, explicou Horbe.
O último aumento havia sido aplicado há 13 meses, e o percentual de 14,21% engloba reajustes que deveriam ter sido feitos desde 2022, mas foram adiados. Segundo a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs), o aumento acumulado necessário era de 27,92%, dos quais apenas 12% foram aplicados nos últimos três anos e meio.
Novas tarifas para os usuários
Com o reajuste, as tarifas terão os seguintes valores:
- Alvorada: de R$ 6,30 para R$ 7,15
- Viamão: de R$ 6,85 para R$ 7,85
Essas duas cidades representam cerca de 40% do total de passageiros do transporte intermunicipal da Região Metropolitana de Porto Alegre na modalidade comum.