Em audiência pública realizada em Brasília nesta quarta-feira (23), o iFood sinalizou aumento nas taxas de entrega, sem contudo especificar valores ou prazo para implementação. O anúncio foi feito por Johnny Borges, diretor de Impacto Social da empresa, que participou virtualmente do debate com entregadores e parlamentares.
Compromissos assumidos:
O governo federal, representado por Gilberto Carvalho (Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária), se comprometeu a retomar as negociações para regulamentação do setor
O iFood afirmou estar aberto a reuniões específicas com representantes dos entregadores, seja em Brasília ou em sua sede em Osasco (SP)
Parlamentares de diferentes espectros políticos (PSOL, PT, PL e Republicanos) anunciaram esforços conjuntos para elaboração de projeto de lei que regulamente a atividade
Reivindicações dos entregadores:
Aumento da taxa básica de R$6,50 para R$10
Reajuste do valor por quilômetro rodado de R$ 1.50 para R$ 2.50
Pagamento por todas as entregas realizadas, mesmo em trajetos repetidos
Limite de 3km para deslocamentos de ciclistas
Ceticismo da categoria:
Lideranças presentes expressaram descontentamento com o modelo atual. “Não somos autônomos de verdade, fomos iludidos”, afirmou Rodrigo Correia, do sindicato pernambucano. Alessandro Calado, da associação do DF, destacou: “Entregamos não só produtos, mas nossa saúde e tempo com a família”.
O deputado Guilherme Boulos (PSOL), organizador do evento, avaliou como positivo o compromisso multipartidário, mas os entregadores aguardam ações concretas das empresas e do governo para melhorar suas condições de trabalho.