Na manhã desta terça-feira (29), a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu as recentes instalações de postes no bairro Jardim Sabará, localizado na zona Leste da Capital. A reunião foi proposta e conduzida pelo vereador Marcos Felipi (Cidadania). O proponente destacou os transtornos causados pelas obras no bairro sem aviso prévio à comunidade. “Os moradores desconheciam que haveria ali uma intervenção. Colocaram dezenas de postes de concreto, que acabaram causando danos em algumas tubulações, o que deixou a comunidade sem água por um certo período”, explicou.
Lauro Leopoldo, representante da comunidade, explicou os principais danos causados pelas instalações na localidade, principalmente na Praça David Ben Gurion. “Uma senhora de 94 anos caminhando pela rua porque o poste obstruiu a passagem”, exemplificou. Leopoldo também questionou a falta de informações e aviso à população da região: “Não vieram conversar conosco, não vieram dar uma informação, perguntar nossos valores, saber o quão difícil foi arrumar a praça, o quão difícil foi implementar essa cultura para que todos possam usufruir do espaço público”.
Marcio Lima, técnico da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), esclareceu os objetivos do projeto e as etapas dos trabalhos. “Esta obra foi feita baseada na melhoria da rede que existe no bairro. Optou-se por executar a obra dessa forma para evitar que desligamentos na rede já existente sejam feitos”. Ele também alertou sobre dos riscos causados pela fiação atual: “A rede existente é antiga e, em contato com as árvores, acaba causando faiscamento e a interrupção da energia elétrica. Por isso, estamos colocando uma rede moderna que, mesmo com contato vegetal, não obstrui a rede elétrica”.
Júlia Zardo, secretária adjunta da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), questionou a ausência de comunicação da CEEE Equatorial com as secretarias municipais. “Vocês esperam furar um local para descobrir que tem um cano do Dmae, enquanto a gente poderia ter visto isso previamente e feito uma anuência. Não teria um custo para o município em ter que arrumar esse encanamento, não teria transtorno para a população e vocês estariam agindo de acordo com a legislação”, pontuou.
Em relação à possibilidade de instalação de uma rede elétrica subterrânea, Rodrigo Abrahão, assistente administrativo da CEEE Equatorial, afirmou que não se trata de algo viável. “Infelizmente, é um custo bastante alto que seria cobrado posteriormente na tarifa de energia. Em qualquer bairro em que fosse feito esse tipo de instalação, o valor seria incorporado na tarifa”, exemplificou.
Nos encaminhamentos, ficou estabelecido o agendamento de uma reunião extraordinária da comissão juntamente com a comunidade para apresentação do cronograma das obras. Também foi definido o envio de um pedido de informação à CEEE Equatorial para conhecimento do projeto e um ofício ao Ministério Público referente às irregularidades apresentadas na execução das obras.
Com a informação CMPA.
