Quatro taxistas começam a ser julgados pelo Tribunal do Júri nesta quinta-feira (14) pela tentativa de homicídio do motorista de aplicativo Bráulio Escobar, ocorrida em novembro de 2015, em Porto Alegre. O caso, denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), ficou marcado como um dos primeiros episódios de violência ligados ao início da operação de aplicativos de transporte na Capital. O crime aconteceu no estacionamento de um hipermercado na zona leste, e dois dos acusados também responderão por dano qualificado devido à destruição do veículo da vítima.
De acordo com o promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atua na acusação, o crime teve como uma das qualificadoras o motivo torpe, já que os réus não aceitavam que a vítima trabalhasse como motorista de aplicativo, considerando a atividade uma ameaça ao serviço tradicional de táxi. O julgamento deve durar até dois dias e será realizado na 2ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre.
A denúncia ainda aponta o uso de meio cruel, com agressões violentas — incluindo socos, chutes e pontapés, especialmente na cabeça — e recurso que dificultou a defesa da vítima, surpreendida pelos quatro agressores. Todos os réus responderam ao processo em liberdade. A expectativa é que o caso volte a reacender o debate sobre a rivalidade entre taxistas e motoristas de aplicativo no Estado.
