A Polícia Civil prendeu temporariamente, na manhã desta sexta-feira (26), o professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa, em Porto Alegre. Ele é suspeito de crimes sexuais e violência psicológica contra mulheres, em casos que teriam ocorrido entre 2013 e 2025.
A prisão ocorreu poucos dias após Conrado ter sido incluído no sistema de monitoramento eletrônico por tornozeleira. Ele foi detido em casa. Pelo menos 12 mulheres já registraram ocorrência e prestaram depoimento, relatando situações semelhantes de abuso. As denúncias indicam que ele utilizava medicamentos para sedação, seguidos de agressões durante as relações sexuais e violência psicológica. Os depoimentos das vítimas apresentam semelhanças significativas, mesmo sem que elas se conhecessem anteriormente.
De acordo com a delegada Fernanda Campos Hablich, responsável pela investigação, a decisão de pedir a prisão foi motivada pelo medo das vítimas em depor enquanto o suspeito permanecia em liberdade.
Seis mulheres já estão em acompanhamento psicológico, e a polícia acredita que mais vítimas devem procurar as autoridades nos próximos dias.
No último dia 19, a FMP (Fundação Escola Superior do Ministério Público), onde Conrado lecionava, anunciou o desligamento do professor “em caráter administrativo, conforme previsto no regimento interno da instituição, sem a realização de juízo antecipado sobre eventuais responsabilidades relacionadas a fatos externos”.
A OAB-RS (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul) informou que instaurou um processo ético-disciplinar para apurar o caso e manifestou “profunda preocupação” com as denúncias.
Por se tratarem de crimes sexuais, a Polícia Civil não divulgou detalhes da investigação, mas confirmou que os relatos apresentam pontos em comum e que as vítimas passarão também por perícia psicológica.
A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (26) que subiu para 13 o número de mulheres que se dizem vítimas do professor de Direito Conrado Paulino da Rosa. O caso mais recente é de uma pessoa que procurou a delegacia após a prisão temporária do advogado. Há registro de mulheres de fora do Rio Grande do Sul, e a polícia acredita que o número pode aumentar nos próximos dias.