Todo mês de setembro, uma onda curiosa volta a movimentar as redes sociais: o NoFap September. O desafio propõe que os participantes passem 30 dias sem se masturbar e sem consumir pornografia. A ideia, que já virou até estilo de vida para alguns, costuma atrair principalmente jovens de 15 a 25 anos, mas vai muito além desse público. A expressão NoFap é derivada das palavras inglesas “no”, que significa “não”, e “fap” que é uma gíria referente à masturbação. Em tradução livre, significa algo como “não à masturbação”.
O movimento nasceu quase por acaso, em 2009, quando um internauta comentou no fórum 4chan sobre os efeitos de ficar um tempo longe da masturbação. A conversa viralizou, ganhou hashtag própria e rapidamente atravessou fronteiras. Poucos dias depois já havia postagens em português, até mesmo em fóruns de jogos online.
Com o crescimento da discussão, o norte-americano Alexander Rhodes lançou, em 2011, um site exclusivo para quem queria levar a experiência mais a sério. Lá, os usuários encontram artigos, relatos e fóruns para trocar dicas sobre como abandonar o vício em pornografia e repensar a vida sexual. Desde então, o NoFap deixou de ser apenas uma brincadeira de internet e passou a se vender como ferramenta de “autocontrole” e “melhoria de relacionamentos”.
Nas redes sociais, o desafio segue firme. Os participantes estabelecem regras rígidas: nada de pornografia, nada de masturbação e nada de “atalhos” para driblar o combinado. Para quem descumpre, existe até um espaço curioso chamado “Tribunal de Jerusalém”, onde os internautas julgam se a recaída invalida ou não a participação. Seja encarado como piada ou como estilo de vida, fato é que todo setembro o NoFap volta a colocar a internet para debater sexo, vícios e limites pessoais.