Quinze pessoas foram condenadas nesta sexta-feira (10) por envolvimento em um esquema de adulteração de leite cru refrigerado, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa no Rio Grande do Sul. As sentenças são resultado da Operação Leite Compen$ado 8, deflagrada em maio de 2015, e as penas variam de sete a 16 anos de reclusão, dependendo da participação de cada réu. Apesar de as penas terem sido fixadas em regime fechado, todos os condenados poderão recorrer em liberdade.
A investigação, conduzida pelas Promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), teve como foco municípios do Norte do Estado — entre eles Campinas do Sul, Jacutinga e Quatro Irmãos. Segundo o MPRS, o grupo fraudava o leite com a adição de água e substâncias químicas como ureia, soda cáustica e álcool, utilizadas para disfarçar a adulteração e manter a aparência do produto. A operação foi coordenada pelos promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, que também apreenderam insumos e produtos impróprios para o consumo.
De acordo com o Ministério Público, o esquema funcionava de forma organizada e contínua, com divisão de tarefas entre os integrantes e movimentações financeiras ilícitas para ocultar os lucros do crime. Na época da operação, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três de prisão cautelar e oito de busca e apreensão. Escutas telefônicas revelaram detalhes sobre como o leite era adulterado durante o transporte na Região Norte do Estado.
