A ex-secretária do Bem-Estar Animal de Canoas, Paula Lopes, foi indiciada pela Polícia Civil por ordenar a morte de centenas de animais, muitas delas sem necessidade médica. A investigação, conduzida pela delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, concluiu que as eutanásias eram realizadas de forma sistemática e sem critérios técnicos dentro da secretaria, durante a gestão de Paula, entre janeiro e agosto deste ano.
De acordo com o relatório, cerca de 500 animais foram mortos no período. A polícia aponta que a prática tinha como objetivo reduzir custos de tratamento e abrir espaço para novos acolhimentos, o que configura crimes de maus-tratos, falsidade ideológica e associação criminosa. Um caderno entregue por uma ex-funcionária revelou 478 eutanásias entre janeiro e julho, número superior ao registrado oficialmente. Além disso, há indícios de que documentos da secretaria foram descartados, já que nenhum registro de 2025 foi localizado.
Além de Paula, outras duas pessoas foram indiciadas: uma veterinária, que autorizava os procedimentos, e o ex-companheiro da ex-secretária, apontado como seu braço direito e responsável pela instalação de câmeras no prédio da secretaria. O inquérito, com mais de 300 páginas, foi encaminhado à Justiça e reúne depoimentos de ex-funcionários e tutores de animais. Em um dos casos, um pitbull foi sacrificado após atacar um cuidador. “Ela escolhia o cão que ficaria vivo e o que seria eutanasiado”, afirmou a delegada Bertoletti.

