A Be8 e o Badesul assinaram nesta semana, durante a COP 30, o contrato que marca o início da construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do Rio Grande do Sul. O projeto integra o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde (H2V-RS) e será implantado em Passo Fundo, na mesma área onde a empresa constrói uma nova fábrica de etanol.
Com investimento total de R$ 38,7 milhões, a iniciativa conta com financiamento do Badesul, apoio do governo estadual e contrapartida da Be8. Além da planta de produção, o local abrigará o primeiro posto de abastecimento do país destinado a veículos de transporte pesado movidos a hidrogênio.
Durante a assinatura, o governador Eduardo Leite destacou o papel estratégico do estado na transição energética.
“Nosso papel é criar condições para que essa transformação ocorra mais rapidamente. O Rio Grande do Sul já é destaque em energias limpas e deve seguir incentivando iniciativas ousadas como esta”, afirmou.
O presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella, ressaltou que o projeto representa um marco para o transporte sustentável no Brasil.
“Queremos tornar o hidrogênio verde uma realidade no transporte pesado. Essa experiência prática vai nos ajudar a entender desafios e consolidar um modelo econômico viável para o uso em larga escala”, explicou.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) já concedeu a licença prévia de instalação, e a expectativa é que a operação comece em 2027. Segundo a Be8, a fábrica utilizará o processo de eletrólise da água, tecnologia consolidada para a produção de hidrogênio verde, e contará com monitoramento técnico multidisciplinar em parceria com universidades e fabricantes.
De acordo com Camilo Adas, diretor de Transição Energética e Relações Institucionais da Be8, o projeto busca testar na prática a viabilidade do hidrogênio verde como substituto do diesel, reduzindo em até 400 toneladas de CO₂ por ano.
“Esse projeto abre caminho para uma nova cadeia logística de hidrogênio verde no país, unindo inovação, sustentabilidade e competitividade real no transporte pesado”, afirmou.
O modelo pretende servir de base para a criação de uma rede nacional de abastecimento de hidrogênio verde, com potencial de expansão para outras regiões do Brasil.



