Os criminosos que atacaram o depósito da loja Multisom, localizado na rua Hoffmann, no bairro Floresta, em Porto Alegre, na noite de sexta-feira, monitoravam o gerente do estabelecimento há cerca de seis meses. De acordo com o titular da Delegacia de Repressão ao Furto e Roubo de Cargas, delegado Alexandre Fleck, essa foi a informação dita pelos próprios bandidos para as vítimas durante o roubo. “Pelas características do crime, eles tinham informações privilegiadas, pelo modo da operação, conhecimento do funcionamento do depósito”, afirmou o delegado.
Na ação, pai e filho foram rendidos pelos meliantes no condomínio em que moram, na zona Norte da Capital, junto com outros dois vizinhos que estavam no local no momento do arrebatamento. “O filho saiu mais tarde do estabelecimento e, ao entrar na garagem de casa, percebeu um carro se aproximando por trás. Rapidamente entrou, porque imaginou se tratar de um roubo de veículo, porém havia dois automóveis, com criminosos, o aguardando lá dentro”, detalhou Fleck. Ao perceber a movimentação, o pai, que é funcionário da empresa há 30 anos, foi verificar o que ocorria e acabou detido.
“Todos foram levados até o depósito. Ali, os indivíduos que fizeram o arrebatamento saem de cena e entram outros cinco homens, esses usando toucas, máscaras e luvas para não serem reconhecidos pelas vítimas e nem serem flagrados pelas câmeras”, salientou o delegado. Conforme ele, foram usados três carros. Dois caminhões – Hyundai HR baú e um Agrale baú, que acabou nem sendo utilizado – e mais um automóvel. “Eles ingressaram na empresa e obrigaram os reféns a entrarem, os colaboradores a colocarem as senhas e entregarem os equipamentos. Pediram logo os celulares, aparelhos de maior valor, e carregaram tudo para o HR. Foram levados cerca de 1.940.”
O tempo de permanência da quadrilha no local foi curto. Em torno de 15 minutos. Pelas imagens das câmeras de monitoramento, que agora são analisadas pela Polícia Civil, eles entraram no espaço por volta das 22h35min e saíram às 22h50min. “Agora estamos tentando obter o máximo de informações possíveis. Todas as nossas equipes estão trabalhando para identificar os veículos utilizados e tentar encontrar a base da quadrilha. Temos linhas já traçadas, mas no momento não é interessante divulgar.” (Franceli Stefani | Correio do Povo)