Manifestantes que encenaram enforcamento no Parcão, em Porto Alegre, são indiciados
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Manifestantes que encenaram enforcamento no Parcão, em Porto Alegre, são indiciados

A Delegacia de Combate à Intolerância investigou o caso a partir de uma denúncia feita por vereadores e representantes de 11 organizações civis

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A Polícia Civil enviou ao Judiciário, nesta sexta-feira (21), o inquérito que apurou o episódio em que manifestantes encenaram uma execução por enforcamento no Parque Moinhos de Vento (Parcão), em Porto Alegre, durante uma manifestação promovida por apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, no dia 21 de abril.

Relembre o caso AQUI

A Delegacia de Combate à Intolerância investigou o caso a partir de uma denúncia feita por vereadores e representantes de 11 organizações civis. Duas pessoas serão indiciadas por dolo eventual por crime previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89 (Lei do Crime Racial), com pena de reclusão de um a três anos e multa.

Na data do fato, um dos manifestantes se vestiu como um carrasco, com traje semelhante ao utilizado pela Ku Klux Klan – organização extremista que defendia a supremacia branca e fazia oposição aos movimentos de direitos civis – e enforcou “em praça pública” um boneco, fantasiado com uma roupa preta, o qual foi pendurado em uma árvore.

“Durante a investigação, tanto manifestantes quanto representantes das organizações civis foram ouvidos e, ainda que os suspeitos argumentassem a ausência de intenção de promover o racismo, houve claramente uma alusão a grupos supremacistas, uma vez que a túnica e o capuz, bem como a encenação, remetem automática e incontestavelmente ao movimento histórico Ku Klux Klan”, informou a Polícia Civil.

Conforme a delegada Andrea Mattos, “a reprodução de uma cena de assassinato durante uma manifestação político-ideológica não pode ser vista com normalidade. A encenação foi um ato de ódio, um ataque aos direitos humanos, extrapolou a normalidade democrática. A sua intenção e efeito lógico são o sentimento de insegurança de todas as pessoas que pertencem ao grupo atacado. E o sentimento de ódio que costuma motivar os ataques está intimamente relacionado aos preconceitos construídos histórica e socialmente contra as mais diversas minorias sociais”. (O Sul)

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