Na madrugada do dia 7 de maio, a vida do lutador Mauro Chaulet de 36 anos, chegou a um trágico fim após uma briga no bairro Floresta, zona norte de Porto Alegre. O atleta foi morto a tiros em meio a um desentendimento com um policial militar.
De acordo com o boletim de ocorrência da época, o conflito ocorreu por volta da meia-noite, com o policial militar, fora do horário de serviço, durante um desentendimento com Chaulet. No calor da discussão, o lutador conseguiu tomar a arma do policial, disparando e atingindo-o na região da virilha.
Segundo a linha do tempo apresentada pela Brigada Militar, Chaulet se envolveu em uma briga dentro de um estabelecimento, desarmou e atingiu um policial de folga na virilha. Posteriormente, ao ser abordado por outro policial amigo da vítima, que pediu a entrega da arma, uma viatura do 9º BPM chegou ao local. Desobedecendo à ordem de abordagem, Chaulet acelerou o carro, sendo alvejado pelos dois policiais. Após serem atingidos, Mauro e Raquel desceram do veículo e se deitaram ao solo, momento em que a arma teria sido plantada, conforme a investigação.
Um mês após o incidente, em junho, a Brigada Militar realizou uma coletiva de imprensa para anunciar a conclusão do inquérito policial militar. Durante a conferência, surpreendentemente, foi revelado que câmeras de segurança registraram um militar de folga se unindo a colegas para plantar uma arma próximo ao corpo do lutador.
Dois policiais que atiraram contra o carro de Chaulet foram indiciados, um por homicídio com dolo eventual e o outro por tentativa de homicídio com dolo eventual. Ambos estão afastados de suas funções.
O inquérito da Brigada Militar foi concluído em 26 dias, envolvendo a análise de 12 horas de imagens, solicitação de 5 perícias ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) e depoimentos de 26 testemunhas, incluindo policiais, civis e a companheira de Mauro, Raquel Almeida, que estava presente no local.
A reportagen do Porto Alegre 24 horas conseguiu imagens exclusivas que mostram o momento em que o Mauro sai de dentro do estabelecimento junto com a companheira Raquel Almeida. Um segundo video também mostra o Mauro e a Raquel no chão e o policial de folga passando por cima do corpo da Raquel para colocar a arma.
Sete meses depois do crime, o caso foi encaminhado ao ministério público. Em nota o ministério público relatou que os policiais foram remetidos pela PC e BM para o MPRS e estão com a promotora Lúcia Helena Callegari. Por enquanto, ela não vai se pronunciar pr o caso está em análise.
Em nota a Brigada Militar destacou:
A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, no exercício das suas atribuições constitucionais e legais, esclarece que a conduta dos Policiais Militares envolvidos na ocorrência do dia 07/05/2023, que vitimou JOSÉ MAURO DE CHAVES CHAULET e RAQUEL DA MAIA ALMEIDA, encontra-se em análise disciplinar pela instituição, sendo observados todos os ditames legais pertinentes ao caso. Os militares estaduais envolvidos encontram-se afastados das suas funções, respondendo a procedimentos que podem gerar seu licenciamento da Brigada Militar de maneira definitiva. Dois dos servidores militares estaduais, não estáveis, respondem a procedimentos que se encontram para solução final. No que toca aos dois servidores militares estáveis, um dos procedimentos encontra-se em fase recursal, bem como o outro, em fase probatória. A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul reforça o seu comprometimento com a transparência e a apuração da verdade dos fatos, permanecendo à disposição para quaisquer questionamentos.
Caso o Ministério Público faça a denúncia o caso será encaminhado ao Tribunal de Justiça, enquanto isso a familia de Mauro Chaulet e Raquel Almeida aguardam por justiça.
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