A condenação de um policial militar a 22 anos e oito meses de prisão por duplo homicídio e participação em milícia, na zona rural de Piratini, no interior gaúcho, serve de alerta: as abomináveis milícias, que são criadas com falsos propósitos de dar segurança a comunidades, mas que tem por trás a exploração por diversas formas e a opressão, estão, aos poucos se expandindo pelo Estado.
É urgente que sejam contidas. A situação em outros Estados atesta isso. No Rio de Janeiro, onde elas foram “inventadas”, por exemplo, boa parte da população vive acuada entre o terror provocado pelos milicianos e a violência do tráfico de drogas. Soma-se a isso as incursões policiais das quais muitas vezes resultam balas perdidas, que atingem inocentes, incluindo crianças.
Pois investigações da Polícia gaúcha, inquéritos, processos e decisões judiciais, como a que resultou na condenação do policial militar por ação na zona rural de Piratini mostra que as milícias já não se restringem aos grandes centros. Se expandem como praga.
Renato Dornelles



