Em 2015, um caso estarreceu Porto Alegre: a idosa Vilma Jardim, de 76 anos, foi encontrada morta dentro de um armário concretado no próprio apartamento, no bairro Mont’Serrat. O autor do crime era o filho, o publicitário Ricardo Jardim, então com 56 anos. A perícia revelou que a mãe foi atacada com 13 facadas, principalmente no pescoço e na cabeça, antes de ter o corpo ocultado de forma cruel.
O Ministério Público apontou que o crime foi cometido por interesse financeiro, já que Jardim buscava receber cerca de R$ 400 mil de um seguro de vida deixado pelo pai. Em 2018, ele foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse de arma.
A expectativa era de que passasse décadas atrás das grades. No entanto, após apenas dez anos do assassinato da mãe e já em regime semiaberto desde o ano passado, Jardim voltou a chocar a cidade. Nesta semana, foi preso novamente, acusado de matar e esquartejar uma mulher, cujo corpo foi espalhado por diferentes pontos da capital.
A prisão ocorreu em uma pousada no bairro São João, depois de dias de investigação. A Polícia Civil identificou o suspeito a partir de câmeras de segurança e exames de DNA que ligaram Jardim diretamente ao crime. No momento da captura, ele estava com o celular da vítima, que usava para se passar por ela e evitar que a família desse falta de seu desaparecimento.
Dez anos depois do assassinato da própria mãe, a trajetória de Ricardo Jardim expõe uma nova tragédia: condenado a quase três décadas de prisão, voltou às ruas e, em liberdade, reincidiu com outro crime de extrema violência.



