Por décadas, o Presídio Central de Porto Alegre foi lembrado como um dos maiores símbolos da crise prisional brasileira. Superlotação, esgoto a céu aberto e condições desumanas renderam ao local o título de um dos piores presídios da América Latina, segundo a Organização dos Estados Americanos (OEA). Agora, esse cenário fica para trás.
Nesta quarta-feira (10/9), o governo do Estado inaugura a nova Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA), marco de uma transformação histórica no sistema prisional gaúcho. Com investimento de R$ 139 milhões, a estrutura moderna ocupa cerca de 14 mil metros quadrados e representa um divisor de águas entre o passado de degradação e o futuro de dignidade, segurança e eficiência.
O espaço foi planejado para equilibrar o cumprimento da pena com condições mais humanas. São nove módulos de vivência, pátios cobertos e ao ar livre, áreas para visitas e atendimento jurídico. O projeto ainda prioriza a segurança: os servidores circulam por passarelas suspensas, sem contato direto com os detentos, com controle remoto de portas e operações.
Outro destaque é a tecnologia aplicada nas celas, feitas em concreto de alto desempenho com fibras de polipropileno, o que garante maior resistência e durabilidade. A inovação busca não apenas enfrentar os desafios operacionais, mas também reduzir brechas para ações criminosas.
Segundo o governo estadual, a entrega simboliza mais do que uma obra de infraestrutura: representa um novo capítulo na política prisional do Rio Grande do Sul, capaz de oferecer melhores condições de trabalho aos servidores, reforçar a fiscalização e enfraquecer organizações criminosas.



