O julgamento do policial militar Andersen Zanuni Moreira dos Santos está marcado para começar às 9h desta quinta-feira (30), no Plenário dos Grandes Júris, localizado no segundo andar do Prédio I do Foro Central de Porto Alegre. Ele responde pela morte de quatro homens em uma pizzaria da Capital, em junho de 2021.
Santos é acusado de quatro homicídios qualificados — por motivo torpe e com uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas —, além de violação de domicílio qualificada e contravenção de vias de fato. A defesa sustenta que o réu agiu em legítima defesa e afirma que as provas no processo confirmam essa versão.
As vítimas foram identificadas como os irmãos Cristian, de 33 anos, e Cristiano Lucena Terra, de 38, o primo deles, Alisson Correa Lucena, de 28, e o sobrinho, Alexsander Terra Moraes, de 26.
O crime ocorreu na madrugada de 13 de junho de 2021, em uma pizzaria localizada na Avenida Manoel Elias, no bairro Mário Quintana, na zona norte de Porto Alegre. Segundo as investigações, o policial, que estava fora de serviço, teria ido até uma casa onde acontecia uma festa em busca da ex-namorada. Testemunhas relataram que ele invadiu o local e agrediu uma mulher, sendo então retirado da residência pelas vítimas.
Ainda conforme o Ministério Público, os quatro homens seguiram o policial, que se abrigou dentro de uma pizzaria nas proximidades. De um banheiro do estabelecimento, Santos teria efetuado disparos contra o grupo, matando as quatro vítimas.
O PM se apresentou à polícia após o ocorrido, alegando legítima defesa. Em julho de 2021, o inquérito da Polícia Civil apontou que ele “utilizou meios necessários de forma moderada para repelir uma agressão injusta”. Essa versão, no entanto, foi contestada pelo Ministério Público e pela defesa das famílias das vítimas.
Na denúncia apresentada à Justiça, o MP sustenta que Santos abriu fogo sem aviso prévio, atingindo uma das vítimas de forma letal. Em seguida, outro homem que tentou prestar socorro teria sido baleado na cabeça. As demais vítimas também foram atingidas quando tentaram se aproximar, segundo o documento.
Santos ficou preso preventivamente por 311 dias e obteve liberdade provisória em 28 de junho de 2022. Na decisão, a juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva considerou o fato de ele ser réu primário e não possuir condenações definitivas, embora tenha mencionado uma denúncia anterior por estupro de vulnerável.



