Operação em sete Estados mira grupo que orientava abortos pela internet
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Foto: Polícia Civil / Divulgação

Operação em sete Estados mira grupo que orientava abortos pela internet

Rede investigada cobrava por medicamentos proibidos e instruções virtuais, atuando em diferentes regiões do país.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), desencadeou nesta segunda-feira (8) uma operação em sete Estados para desarticular uma rede que oferecia, pela internet, orientações e medicamentos para a realização de aborto, prática criminosa fora das hipóteses previstas em lei. As investigações apontam que o grupo cobrava entre R$ 830 e R$ 2,3 mil, valor definido conforme o estágio da gestação, incluindo acesso a supostos conselhos de profissionais de saúde.

Ao todo, são cumpridos 23 mandados de busca e apreensão em cidades da Paraíba, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e no Distrito Federal. A ação mira uma estrutura especializada no tráfico de remédios controlados, com destaque para o misoprostol (Cytotec), substância de venda proibida em farmácias e cujo uso é restrito a ambientes hospitalares. Durante o cumprimento das ordens judiciais, uma pessoa foi detida por portar arma e maconha.

A investigação é conduzida pela Delegacia de Polícia de Guaíba, município onde o primeiro caso foi identificado. A vítima, uma jovem que buscou informações sobre “gravidez indesejada” na internet, relatou ter sido abordada por integrantes do grupo e orientada a adquirir o medicamento. Ela pagou R$ 1,8 mil e recebeu instruções para utilizar o fármaco, além de acesso a um grupo de mensagens chamado “Sinta-se acolhida”, onde outras mulheres também recebiam incentivo ao aborto.

Após ingerir o remédio, a jovem sentiu dores intensas e acabou hospitalizada, onde foi constatado o aborto de gêmeos. A vítima afirmou ainda que, no momento em que buscou ajuda, deixou de receber resposta da suposta profissional que a orientava.

Segundo a delegada Karoline Calegari, mais de 250 mulheres foram identificadas como vítimas da rede. As equipes esperam que o material apreendido ajude a rastrear os responsáveis, o fluxo financeiro e a extensão das ramificações interestaduais do grupo.

Com informações: GZH

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