O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu nesta quarta-feira (19) derrubar o sigilo do acordo de delação premiada firmado em 2024 com o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão coloca em evidência informações sobre suspeitas de crimes cometidos durante o governo, incluindo a tentativa de golpe de Estado, o escândalo das joias da Arábia Saudita e fraudes em cartões de vacinação. A decisão vem um dia após a PGR enviar ao STF documento com 34 denunciados.
Além de tornar públicos os depoimentos de Cid, Moraes deu prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República apresentem suas defesas por escrito. O conteúdo da colaboração premiada, que já deveria ser acessível aos advogados dos envolvidos, será liberado ainda nesta quarta-feira. O ministro explicou que, após o oferecimento da denúncia, não há mais justificativa para manter o sigilo, garantindo a transparência no processo e o direito de defesa.
Se confirmadas as informações prestadas por Cid, ele poderá ser beneficiado com redução de pena e outras vantagens, como o cumprimento de sua sentença em regime aberto. A decisão marca mais um capítulo importante na investigação sobre tentativas de golpe e corrupção no governo Bolsonaro.



