A União Europeia decidiu suspender temporariamente suas contramedidas contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos, em um gesto de abertura ao diálogo comercial. A medida ocorre após o presidente norte-americano Donald Trump recuar, ao menos em parte, das novas tarifas que havia imposto a dezenas de países. “Queremos dar uma chance às negociações”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao anunciar a pausa, que interrompe a aplicação de tarifas retaliatórias sobre cerca de 21 bilhões de euros em produtos norte-americanos.
O alívio nos mercados foi imediato. A decisão de Trump, tomada menos de 24 horas após a entrada em vigor de tarifas amplas, interrompeu uma escalada de tensão que vinha causando instabilidade global. Bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos reagiram com entusiasmo, recuperando parte das perdas recentes. A reviravolta foi motivada, segundo analistas, pelo impacto negativo nos mercados financeiros, que vinha assustando investidores e pressionando os rendimentos de títulos públicos.
Apesar da trégua parcial com a Europa, Trump intensificou a disputa comercial com a China. As tarifas sobre produtos chineses saltaram para 125%, e medidas adicionais foram anunciadas, como um decreto para reduzir a influência da China no setor marítimo global. Em resposta, Pequim criticou as ações de Washington, classificando-as como chantagens, e prometeu contra-atacar com tarifas elevadas, mantendo a porta aberta para um diálogo que respeite os interesses chineses.
Na Europa, a suspensão das contratarifas é vista como um movimento estratégico, mas não definitivo. Von der Leyen deixou claro que a pausa pode ser revertida caso os EUA retomem medidas agressivas ou mantenham barreiras que afetam setores sensíveis, como os de aço, alumínio e automóveis. A União Europeia aposta no diálogo como forma de conter os danos de uma guerra comercial em escala global, mas sinaliza que está pronta para agir caso o cenário volte a se deteriorar.
