A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e se encontra atualmente na Europa. Em uma transmissão ao vivo realizada em um canal do YouTube, a parlamentar afirmou que viajou inicialmente para buscar tratamento médico, mas que também pretende participar de atividades políticas em países como França e Itália. Zambelli, no entanto, não revelou o local exato onde está.
“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, declarou a deputada durante a live. Ela também afirmou que sua saída é uma forma de “resistir” e continuar representando os eleitores que a elegeram.
Segundo Zambelli, antes de viajar, tomou providências legais para emancipar seu filho de 17 anos e repassou a administração de suas redes sociais à mãe. “Minha mãe, agora, está tomando conta do meu filho. Eu emancipei o meu filho para que ele pudesse ficar sem eu por perto. E tomei todas as providências”, explicou.
Condenação e inelegibilidade
Carla Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de dez anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. Entre os arquivos forjados, estava um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
Por decisão unânime, além da pena de prisão, Zambelli foi declarada inelegível por oito anos e condenada à perda do mandato parlamentar. No entanto, a execução da pena e o afastamento do cargo só poderão ocorrer após o trânsito em julgado da decisão, ou seja, quando não couberem mais recursos.
A invasão ao sistema do CNJ ocorreu em 4 de janeiro de 2023, poucos dias antes dos ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. O ministro Alexandre de Moraes apontou a proximidade das datas como indicativo de que os fatos podem ter relação.
O hacker Walter Delgatti Neto também foi condenado no mesmo processo. Ele e Zambelli foram sentenciados a oito anos e três meses de prisão, além do pagamento de uma indenização estimada em R$ 2 milhões.



