Desde que assumiu novamente o comando da Casa Branca, Donald Trump têm feito das tripas coração para cumprir suas promessas de campanha. Uma das mais centrais é a diminuição dos impostos e, de fato, isto tem sido cumprido. Contudo, os Estados Unidos enfrenta um aumento expressivo da dívida pública nos últimos anos devido à questões como pandemia, guerra comercial com a China e, mais recentemente, a Guerra na Ucrânia e crise no Oriente Médio. Então, na avaliação de Trump, uma das formas mais eficientes de tentar fazer a conta fechar é tarifando outros países.
Porém, muito mais do que uma simples questão econômica, seria ingenuidade pensar que a movimentação do presidente norte-americano não tivesse uma questão ideológica também. Por ora, vamos deixar de lado os pormenores envolvendo os outros países e focar aqui no Brasil. Trump até pouco tempo atrás tinha um grande admirador ocupando a cadeira do Palácio do Planalto e, atualmente, isso não ocorre. Porém, isso pode mudar a partir do pleito de 2026.
Além da questão econômica envolvida no tarifaço de Trump, sua movimentação certamente afetará o consumidor final. Em outras palavras, diretamente o brasileiro. Mas o fato é que o cidadão comum dificilmente vai culpar o presidente dos Estados Unidos por um eventual aumento de preços, mas sim o líder do seu próprio país. E como a popularidade de Lula já anda mal das pernas, não seria de se surpreender se o tarifaço ajudasse a corroer ainda mais a imagem dele. Isso, no final das contas, pode ter um peso decisivo nas urnas que pode reconduzir Bolsonaro à presidência. Ou qualquer outro indicado por ele. O jeito é aguardar para ver, mas mais do que tentando lidar com a dívida pública, este é um movimento bastante ideológico.
Nesta quarta-feira (9), Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto. A medida foi divulgada por meio da rede social Truth Social, em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e marca um forte endurecimento nas relações comerciais entre os dois países. Trump justificou a decisão alegando uma “relação injusta” com o Brasil e fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente pela condução de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “líder altamente respeitado”.
Ainda nesta quarta-feira, Lula afirmou que o Brasil responderá com firmeza ao tarifaço. De acordo com o Palácio do Planalto, a taxação é baseada em uma justificativa falsa de déficit na balança comercial. A nota oficial também condena as críticas de Trump ao STF, classificando a declaração como uma tentativa de interferência indevida nas instituições brasileiras.
