Teve início nesta terça-feira (1º) o Plebiscito Popular, uma iniciativa nacional que propõe envolver a população em um debate direto sobre dois temas centrais: o fim da escala 6×1 na jornada de trabalho e a taxação de grandes fortunas. A votação é organizada por movimentos sociais, centrais sindicais, partidos de esquerda e organizações da sociedade civil, e deve ocorrer até o dia 7 de setembro.
A proposta busca mobilizar os trabalhadores e ampliar a discussão pública sobre temas que, segundo os organizadores, enfrentam resistência no Congresso Nacional. A votação será feita presencialmente, em urnas físicas ou digitais, distribuídas em diversas cidades do país. Os resultados devem ser divulgados em 6 de outubro.
Além da votação, a ação tem caráter pedagógico. Uma cartilha foi elaborada com orientações sobre como organizar os mutirões, detalhamento das propostas e sugestões para fomentar o debate nos bairros, escolas, sindicatos e comunidades.
O que está em pauta
Fim da escala 6×1
A jornada atual, em que se trabalha seis dias com apenas um de descanso, é apontada como um modelo exaustivo e prejudicial à saúde mental e física dos trabalhadores. Para os organizadores, o avanço tecnológico não tem sido revertido em melhores condições de vida, mas sim em maior controle e cobrança — inclusive fora do horário de expediente.
O movimento propõe uma redução da carga semanal sem perda salarial, permitindo que as pessoas tenham mais tempo para lazer, família e autocuidado. A campanha se inspira no movimento “Vida Além do Trabalho”, iniciado no Rio de Janeiro.
Taxação dos super-ricos
O segundo eixo propõe um sistema tributário mais progressivo, em que pessoas com renda superior a R$ 50 mil por mês paguem mais Imposto de Renda, enquanto quem recebe até R$ 5 mil fique isento. Segundo os idealizadores, o atual modelo penaliza os mais pobres e protege os grandes patrimônios com isenções e brechas legais.
“A ideia é simples: quem pode mais, paga mais. Queremos acabar com os privilégios e tornar o sistema mais justo para a maioria da população”, afirma Igor Felipe, um dos articuladores da mobilização.
Participação e pressão popular
A proposta de plebiscito não tem caráter vinculante, mas pretende funcionar como uma ferramenta de pressão política e social. O formato não é novo: plebiscitos populares já foram utilizados no Brasil para temas como a reestatização da Vale, a Alca e a dívida externa.
A expectativa dos organizadores é que a ação contribua para reunificar setores da classe trabalhadora em torno de demandas concretas, ampliando o diálogo com a população e pressionando o Congresso a avançar em pautas sociais.
As urnas são organizadas por voluntários em bairros, sindicatos, escolas e igrejas. Mais informações, bem como o cadastro de novas urnas, estão disponíveis no site oficial do plebiscito.



