A Câmara de Recursos do PT decidiu abrir um processo disciplinar para apurar irregularidades na eleição interna realizada em Camaçari e Barro Preto, na Bahia, após denúncias de que pessoas falecidas teriam votado. A decisão foi motivada por um recurso apresentado pela chapa “Partido Forte”, ligada ao deputado estadual Robinson Almeida, derrotada na disputa. O caso foi revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, que identificou pelo menos cinco mortos registrados como votantes em Camaçari e um em Barro Preto.
Com base nas denúncias, a direção nacional do PT determinou a criação de uma comissão estadual para investigar a extensão dos problemas. Caso fique comprovado que as distorções influenciaram o resultado, a eleição nas cidades envolvidas poderá ser anulada. Por ora, o diretório estadual da sigla decidiu apenas excluir os votos atribuídos a eleitores mortos, mantendo, no entanto, o resultado geral da eleição, o que gerou novo protesto da chapa derrotada.
A chapa “Partido Forte” afirma que houve favorecimento da candidatura de Tássio Brito, apadrinhado pelo senador Jaques Wagner e declarado vencedor da disputa pelo comando do diretório estadual. Em nota, o grupo opositor acusou a direção baiana do PT de tratar com normalidade um processo eleitoral contaminado por fraudes graves. “Até mortos podem votar — e isso é considerado normal”, afirma o comunicado da chapa, que promete seguir recorrendo à instância nacional.
A investigação se concentra agora na apuração de quais urnas e zonas de votação teriam sido impactadas pela suposta manipulação. Caso a comissão estadual confirme as suspeitas levantadas pelo recurso, a anulação parcial ou total do pleito poderá ser determinada. Até o momento, o diretório estadual do PT da Bahia não respondeu aos questionamentos da imprensa sobre o episódio.



