“Homem digno não rasteja”: Lula rebate cobrança por conversa com Trump
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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Alan Santos /PR

“Homem digno não rasteja”: Lula rebate cobrança por conversa com Trump

O governo americano assinou, no fim de julho, uma ordem executiva que oficializou tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, soma de uma alíquota de 10% já em vigor desde abril com uma sobretaxa adicional de 40%

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (28) que está disposto a dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ressaltou que não pretende “mendigar” uma conversa. Em entrevista à TV Record de Minas Gerais, o petista declarou que “um homem digno não rasteja diante de outro” e que só falará com o republicano se houver iniciativa da Casa Branca. As declarações ocorreram em meio às tensões comerciais provocadas pelo tarifaço imposto pelos EUA contra produtos brasileiros.

O governo americano assinou, no fim de julho, uma ordem executiva que oficializou tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, soma de uma alíquota de 10% já em vigor desde abril com uma sobretaxa adicional de 40%. Apesar da medida, quase 700 itens ficaram de fora da lista mais pesada, como suco de laranja, aeronaves, petróleo, minérios de ferro e castanhas, que seguem com taxa de 10%. As tarifas começaram a valer em 6 de agosto, gerando forte reação de Brasília.

Lula destacou que o Brasil escalou três ministros de peso para conduzir as negociações – Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) – mas não houve retorno por parte de Washington. “Ninguém pode dizer que eu não quero negociar. O problema é que os americanos não querem. O presidente americano se acha dono do planeta”, disse.

O petista também criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que havia cobrado maior ação do governo federal diante das tarifas. Segundo Lula, as exportações para os EUA hoje representam 12% do total brasileiro, sendo apenas 4% atingidos pela sobretaxa. Ele ressaltou ainda que a China se consolidou como principal parceiro comercial do Brasil, movimentando US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões com os norte-americanos, e acumulando superávit de US$ 30 bilhões, enquanto a balança com os EUA registra déficit de US$ 410 milhões nos últimos 15 anos.

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