O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta segunda-feira (15) que o governo americano deve tomar novas medidas contra o Brasil, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita durante visita de Rubio a Israel.
Rubio afirmou que a condenação integra uma “campanha de opressão judicial” e citou tentativas de juízes brasileiros de exercer influência extraterritorial, afetando inclusive cidadãos americanos e postagens realizadas a partir dos Estados Unidos. Sem detalhar nomes, o secretário indicou que haverá anúncios sobre novas sanções já na próxima semana.
A prisão domiciliar de Bolsonaro começou em 4 de agosto, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do processo, obstrução de investigações da chamada trama golpista e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, teria feito postagens nas redes sociais pedindo que o governo americano aplicasse sanções contra ministros do STF, integrantes da PGR e da Polícia Federal.
O governo americano já manifestou posicionamento crítico. Em julho, o então presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros, citando motivos políticos, incluindo a atuação do Judiciário brasileiro. No mesmo mês, Trump revogou vistos de oito ministros do STF, além do ministro da Saúde Alexandre Padilha, e aplicou a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.
O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, do Departamento de Estado dos EUA, reforçou que todos os que auxiliem ou sejam cúmplices das ações de Moraes poderão ser responsabilizados.



