A CPMI do INSS ampliou nesta semana a investigação sobre o esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, após a chegada de relatórios do COAF e da Receita Federal que apontam movimentações financeiras consideradas atípicas entre entidades ligadas às fraudes e diversas instituições religiosas. Os documentos indicam transferências feitas por empresários e dirigentes de organizações como Amar Brasil, CONAFER e CBPA para igrejas, líderes religiosos e fundações, em valores e frequências que despertaram a atenção dos parlamentares.
Entre as transações mencionadas, estão repasses de R$ 694 mil para a Sete Church, em Barueri (SP), além de transferências que somam R$ 200 mil para um pastor local e R$ 1,9 milhão da CBPA para uma empresa intermediária, que posteriormente destinou valores a membros da família do deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) e à Fundação Boas Novas. Outra frente de apuração envolve a Associação dos Aposentados do Brasil (AAB), cujos dirigentes também são fundadores de igrejas no Distrito Federal, o que reforça a necessidade de aprofundar o rastreamento da origem e destino dos recursos.
Diante dessas ligações, a CPMI protocolou requerimentos para quebra de sigilos bancários e fiscais das entidades investigadas, além da convocação de líderes religiosos citados nos relatórios. Os parlamentares também pretendem apurar a possível existência de estruturas financeiras paralelas, como o chamado “Clava Forte Bank”, suspeito de atuar como mecanismo de ocultação de valores. A comissão destaca que nenhuma instituição religiosa está previamente acusada, mas defende que todos os destinatários de recursos provenientes das entidades sob investigação devem prestar esclarecimentos para garantir transparência e proteger aposentados prejudicados.



