Depois de meses de indefinições, debates internos e disputas de bastidores no PT, o senador Paulo Paim decidiu dar um passo que muda o rumo da disputa pelo Senado no Rio Grande do Sul. Em um movimento considerado raro pela amplitude e pelo simbolismo, Paim abriu mão de sua pré-candidatura e anunciou apoio a Paulo Pimenta, atual Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, consolidando um acordo que vinha sendo costurado há semanas entre lideranças petistas nacionais e estaduais. Paulo Paim anunciou a aposentadoria por problemas de saúde e escolheu Paulo Pimenta par a ser seu sucessor.
A decisão encerra um período de impasse dentro do partido. Paim, figura histórica da esquerda gaúcha, vinha sendo pressionado por diferentes correntes: de um lado, setores que defendiam sua permanência na disputa como forma de manter viva sua trajetória eleitoral; de outro, dirigentes que avaliavam que a unificação em torno de Pimenta seria estratégica para fortalecer a chapa majoritária e garantir competitividade no cenário estadual. Ao optar pelo gesto de unidade, Paim reforça a narrativa de que sua contribuição ultrapassa eleições e se ancora no legado de lutas sociais, direitos trabalhistas e defesa da democracia.
Paulo Paim, hoje com mais de quatro décadas de vida pública, construiu sua imagem como um dos parlamentares mais próximos das pautas populares, tendo atuado intensamente em temas como aposentadoria, igualdade racial e proteção social. Já Paulo Pimenta, deputado federal por vários mandatos e atualmente ministro, consolidou-se como articulador político e porta-voz da comunicação do governo Lula, com trânsito entre diferentes alas do partido e capacidade de mobilização eleitoral. A aliança entre ambos não apenas reorganiza a disputa para o Senado, mas também sinaliza a tentativa do PT de apresentar coesão em um momento de forte polarização e intensa disputa por narrativas.
Nos próximos dias, a repercussão interna e o impacto nas composições regionais devem ganhar força. Mas, por ora, o gesto de Paim, discreto, calculado e simbólico, marca uma página relevante na construção das alianças petistas para 2026. O partido, que há meses discutia seus caminhos, agora finalmente tem uma direção clara para o Senado.



