Em Brasília nesta quinta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que as investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não sofrerão interferências políticas. O chefe do Executivo deixou claro que não haverá proteção a aliados ou a qualquer outra pessoa, ressaltando que “se tiver filho meu envolvido, será investigado”.
Compromisso com a apuração
Lula disse que o governo não atuará para blindar políticos ou familiares diante das investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) no caso conhecido como Operação Sem Desconto. A ofensiva policial mira um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS que teria causado prejuízo bilionário ao sistema previdenciário.
O presidente reiterou que a apuração será conduzida com seriedade e autonomia, sem interferência do Palácio do Planalto nem por parte da Presidência da República. Lula destacou que não fará acordos para retardar ou suavizar as responsabilidades de quem for responsabilizado pelas irregularidades.
Críticas à fraude e resposta à oposição
A declaração do presidente foi uma resposta direta à tentativa da oposição de vincular a investigação a pessoas próximas a ele, incluindo seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha — cujo requerimento para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS foi rejeitado no começo de dezembro, apesar de alegações de supostos vínculos indiretos.
Governistas defendem que Lulinha não é formalmente alvo de investigação e afirmam que não há provas de envolvimento no esquema. Lula reforçou que, caso surjam evidências concretas, familiares ou aliados não serão poupados das apurações.
Nova fase da Operação Sem Desconto
As manifestações ocorreram no mesmo dia em que a Polícia Federal e a CGU deflagraram mais uma fase da Operação Sem Desconto. Entre os principais alvos está o então secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo da Cunha Portal, que foi afastado do cargo, teve prisão preventiva convertida em domiciliar por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi exonerado.
Lula afirmou que o caso revela práticas que precisam ser enfrentadas com rigor para proteger os mais vulneráveis e que todos os envolvidos, sem exceção, serão responsabilizados. “Quem tiver envolvido vai pagar o preço”, declarou, reforçando o compromisso do governo com uma resposta exemplar à sociedade.



