O vereador de Porto Alegre Roberto Robaina (Psol) afirmou nesta segunda-feira (22) que irá acionar o Ministério Público para investigar a legalidade de emendas parlamentares destinadas pelo colega Idenir Cechhim (MDB) a uma organização social. Nas redes sociais, Robaina divulgou um documento que aponta que o vereador Cecchim teria indicado R$ 350 mil em emenda impositiva para 2026 ao Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (Irdesi). O documento aponta que o valor teria como objetivo “prestação de serviços multidisciplinares, realização de diagnóstico, acompanhamento especializado e apoio à inclusão de pessoas identificadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiências múltiplas”.
O instituto ganhou grande exposição midiática neste domingo (21), após reportagem exibida no programa Fantástico, que revelou um esquema de desvio de recursos públicos destinados à saúde. A matéria, assinada pelo jornalista Giovani Grizotti, mostrou que o empresário Humberto Silva, apontado como líder do esquema, foi preso no fim de novembro pela Polícia Federal, acusado de desviar ao menos R$ 25 milhões de verbas que deveriam ser aplicadas em postos de saúde e hospitais. No documento disponibilizado por Roberto Robaina, o nome “Humberto Silva” também aparece como representante legal do Irdesi.
Segundo as investigações, Humberto e outros empresários teriam utilizado o Irdesi para desviar recursos públicos entre 2022 e 2025, período em que o instituto recebeu cerca de R$ 340 milhões, majoritariamente pagos pela Prefeitura de Embu das Artes com verbas federais. Parte do dinheiro, de acordo com a polícia, foi usada para financiar uma vida de luxo, incluindo imóveis de alto padrão, viagens internacionais e despesas pessoais, além do uso de empresas fictícias para emissão de notas fiscais falsas que justificariam serviços não realizados.
Até o momento do fechamento desta matéria, o vereador Idenir Cecchim não se manifestou a respeito da fala de Roberto Robaina.



