Um canil localizado em Ivoti, no Vale do Sinos, voltou a ser alvo de denúncias após um casal de São Paulo afirmar ter recebido filhotes com problemas de saúde. O caso reacende o debate sobre a fiscalização de criadouros comerciais na região, que já foi alvo de operações e interdições em 2023, conforme divulgado à época por veículos da imprensa gaúcha. Em buscas recentes na internet, é possível encontrar relatos semelhantes em plataformas de reclamações, como o site Reclame Aqui, onde diferentes tutores relatam insatisfação com animais recebidos.
Segundo relato enviado à imprensa, o casal adquiriu dois cães da raça Spitz Alemão entre 2024 e 2025. O primeiro filhote, que inicialmente aparentava estar saudável, recebeu posteriormente diagnóstico de displasia e luxação de patela moderada — condições apontadas como de origem genética no laudo apresentado pela tutora. O segundo animal, entregue em junho de 2025, teria chegado magro, debilitado e com uma cicatriz profunda na testa, descrita por um veterinário como uma lesão antiga já calcificada.
Os compradores relatam ter pago R$ 6,5 mil pelo filhote e afirmam que receberam R$ 800 de ressarcimento após recusarem a devolução do animal em troca de outro exemplar. Em reportagem exibida pela Record TV, o canil atribuiu o ferimento do filhote à possibilidade de ter ocorrido durante o transporte.
Nas redes sociais, o estabelecimento ficou conhecido por divulgar imagens com celebridades e influenciadores. Usuários afirmam que, após novas denúncias envolvendo animais vendidos doentes, fotos com artistas teriam sido removidas dos perfis oficiais do canil.
Em 2023, reportagens do portal Vale do Sinos noticiaram a interdição de criadouros de luxo na região após decisão judicial. À época, a prefeitura de Dois Irmãos suspendeu alvarás, apreendeu cerca de 200 animais e registrou a detenção de cinco pessoas, que foram liberadas posteriormente mediante medidas cautelares.
No mesmo ano, o portal GZH publicou que canis e gatis foram interditados no Vale do Sinos por suspeita de maus-tratos e poluição ambiental. Segundo as reportagens, alguns estabelecimentos operavam em condições inadequadas de iluminação, ventilação e higiene.
O Porto Alegre 24 Horas tentou contato com os proprietários do canil. Até a publicação deste texto, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

