O guarda municipal de Vacaria, que também atua como motorista do prefeito e exerce funções no gabinete como inspetor, voltou a ser escalado para o trabalho após o período de férias, mesmo estando envolvido no episódio em que um advogado afirmou ter sido agredido durante uma abordagem. A retomada das atividades ocorre sem que tenham sido divulgadas punições administrativas, medidas disciplinares ou qualquer atualização oficial sobre o andamento do caso.
O episódio, que ganhou grande repercussão à época, envolveu não apenas a suspeita de agressão, mas também a tentativa de reversão da narrativa, quando o servidor público apresentou versão distinta dos fatos, o que acabou expondo colegas de trabalho e gerando desconforto dentro da própria corporação. Para parte da população, o caso representava uma situação que exigia uma resposta clara e enérgica do Executivo.
No entanto, a decisão de permitir o retorno imediato do agente ao cargo provocou questionamentos sobre os critérios adotados pela atual gestão para lidar com condutas que podem configurar abuso de autoridade ou violação do código funcional. A avaliação de moradores e lideranças é de que a ausência de medidas aparentes reforça a percepção de impunidade e de tratamento diferenciado a figuras próximas do governo.
Setores da sociedade civil apontam que trabalhadores de outras áreas, em situações semelhantes, poderiam enfrentar afastamento prolongado ou até exoneração, o que aumenta a cobrança por isonomia e transparência. Para esses grupos, a falta de explicações oficiais contribui para um clima de desconfiança sobre como são conduzidos processos internos que envolvem servidores ligados ao alto escalão.
A reportagem buscou informações sobre eventuais sindicâncias, procedimentos administrativos ou desdobramentos formais, mas até o momento não há divulgação pública de medidas adotadas ou de decisões sobre o futuro funcional do servidor.
Enquanto isso, o caso reacende o debate sobre a forma como a administração municipal lida com denúncias envolvendo servidores próximos ao gabinete e reforça a cobrança por critérios claros, responsabilidade institucional e respostas proporcionais à gravidade dos fatos. O episódio permanece sem solução definitiva, e parte da população avalia que a situação expõe fragilidades na condução disciplinar e na gestão da confiança pública em Vacaria.



